Rua da Fé

quarta-feira, janeiro 24, 2007

As bombas que explodem em Bagdad...

...são para os americanos ou contra o povo iraquiano? A guerra é contra a América ou entre facções?
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Aconteceu na Jugoslávia, acontece agora no Iraque. É o que se passa quando se abre a caixa de Pândora em conflitos abafados por ditaduras.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Voltar a pôr a Europa nos eixos.

É o que parece estar a acontecer, depois das trapalhadas em que nos meteram há uns tempos atrás os Chirac e os D'Estaing, aproveitando-se de uma Alemanha esverdeada e de um Blair em queda livre.
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Com Ângela Merkel no comando, as coisas têm vindo a compôr-se. A par da Constituição, a herança cristã da Europa volta a ser posta em cima da mesa.

Sem papas na língua


Na Venezuela, uma voz se ergue contra o medo:
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A linha de trabalho deste governo é amedrontar o povo venezuelano. Há esposas dos presos políticos que tentam buscar assinaturas para uma lei de amnistia e elas confessam-nos que ninguém quer assinar porque tem medo, pois se assinarem perdem o emprego.
Como Fidel se impôs pela via da crueldade, aqui estamos a ser encurralados pelo temor e o medo.
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A linha é calar-nos e amedrontar-nos. Isso levar-nos-ia ao silêncio e seria o mais perturbador e ignominioso que poderia acontecer no país.
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D. Roberto Lucker, Arcebispo de Coro e vice-presidente da Conferência Episcopal Venezuelana, a quem Chávez prometeu o inferno, aqui.

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Hehehe! Por dizer a verdade...


...mandam-no calar. Fale Sr. ministro, fale...

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Isto não é notícia...


... não interessa à propaganda.

7 horas depois

O ministério da saúde concluiu que o INEM, o Centro de Saúde de Odemira e o Hospital de Santa Maria agiram correctamente no caso do acidente em Odemira.
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Só que não responde ao mais importante, como é que um homem, gravemente ferido, entra no Hospital de Santa Maria, sete horas depois dos primeiros socorros?

Lendo os outros

Sobre o caso do bispo Stanislav Wielgus na Polónia e os ajustes de contas da história em Espanha e Portugal, ou como A memória atraiçoa, por Luciano Amaral no DN:
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Os ajustes de contas históricos agora em voga têm o condão de nunca deixarem ninguém bem na fotografia. Nem direita, nem esquerda, nem sequer as religiões. Quem se mete neles está a entrar num campo minado de onde com dificuldade sairá também inteiro. E a lição serve para lá como para cá.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

Referendo: Sim ou Não? - Uma questão de civilização

Segundo de 5 textos do Cardeal-Patriarca de Lisboa, a respeito do Referendo sobre o Aborto:
1. O facto de a Igreja Católica ser contra o aborto voluntário, em todas as circunstâncias, e devido à influência da doutrina da Igreja na definição dos parâmetros de moralidade, leva a opinião pública a considerar que esta disputa entre o ?sim? e o ?não? é um confronto entre a Igreja Católica e o resto da sociedade. A esta perspectiva dicotómica não escapam mesmo alguns defensores do ?não?. Ora não me parece que esta seja a maneira mais correcta de situar o problema. Uma lei que permita a destruição da vida intra-uterina vai contra valores chave da nossa civilização. A defesa e a protecção da vida são um valor fundamental na estrutura de uma sociedade justa, onde o valor da vida humana é o principal fundamento da dimensão ética que deve inspirar toda a convivência em sociedade. Milénios de história e de evolução cultural, em que as religiões exerceram um papel significativo, levaram a humanidade a reconhecer, de forma progressiva, valores universais humanos, que não se impõem à sociedade por serem religiosos, mas por serem dados adquiridos da evolução cultural, na qual as religiões exerceram a sua influência específica.
O judeo-cristianismo, logo no decálogo da Lei de Moisés, confirmou estes valores universais. No que à vida diz respeito, exprimiu esse valor cultural no preceito ?não matarás?. No cristianismo, este 5º mandamento da Lei de Deus, aprofunda-se com a exigência do amor fraterno. Esse é o principal mandamento da Lei: o amor de todo o seu semelhante. Como diz São João, ?se alguém diz que ama a Deus e rejeita o seu irmão, é mentiroso? (1Jo. 4,20). Na moral católica, o valor universal do respeito pela vida, ganha a beleza e a exigência da caridade.
Uma lei que permita a destruição da vida humana é um atropelo de civilização, sinal de desvio preocupante no conjunto de valores éticos que são a base das sociedades humanistas, tão arduamente construídas ao longo de séculos. Os autores e defensores da proposta legislativa que vai ser referendada em 11 de Fevereiro próximo encontram justificação para esta deriva cultural na possível dúvida sobre o momento em que começa a vida humana no seio materno. É uma dúvida chocante, no actual estado dos conhecimentos científicos sobre a vida intra-uterina.
2. Neste quadro civilizacional, defender o aborto voluntário significa uma de duas atitudes: ou se duvida acerca do momento em que começa a vida humana, ou se tem uma atitude de desrespeito pela vida.
A questão do momento em que começa a vida humana é também ela uma atitude cultural. Na própria história do pensamento cristã, essa questão pôs-se. Alguns autores escolásticos, numa perspectiva dualista da união da alma e do corpo, defenderam que a infusão da alma se dava numa determinada etapa da evolução do feto. E nessa visão antropológica, só depois da infusão da alma se podia falar de vida humana. Semelhante a essa é, ainda hoje, a visão muçulmana da evolução do feto.
Essa questão foi completamente ultrapassada pela Teologia e pelo Magistério. A alma está presente desde o primeiro momento do corpo e exprime-se nele e através dele. A alma não habita o corpo, anima-o e humaniza-o. Será que os defensores do aborto são ?escolásticos?, do ponto de vista antropológico? Não deixa de ser curioso!
Mas a palavra esclarecedora sobre esta questão é-nos dada pela ciência. A partir do embrião, toda a especificidade de cada ser humano está definida. É possível identificar, desde logo, o código genético e as etapas do crescimento estão caracterizadas. É uma vida humana, desde o início. Apoiar-se no carácter incompleto de cada etapa do crescimento, para justificar a interrupção desse mesmo crescimento, é incongruente. O homem é sempre um ser em construção e nenhuma imperfeição na realização de toda a sua potencialidade pode justificar a sua exclusão.
3. A atitude de desrespeito pela vida humana está, infelizmente, muito espalhada na sociedade. A violência, a exclusão, o assassinato indiscriminado, a própria pena de morte. Esta é uma luta em que a humanidade não pode esmorecer, pela defesa da dignidade e dos direitos fundamentais de todo o ser humano, o primeiro dos quais é o direito a viver e a ser protegido pela Lei. Passa pela educação, pelas leis justas e pela visão do homem e da sociedade que devem inspirar uma sociedade justa.
Esta é, de facto, uma questão de cultura e de civilização, donde, a partir do respeito pela vida, deve emergir o sentido da grandeza da maternidade.
Lisboa, 14 de Janeiro de 2007
JOSÉ, Cardeal-Patriarca

Referendo II

Uma mobilização organizada, possivelmente a maior mobilização de leigos desde os tempos da Acção Católica motivada pelo referendo, é o tema de reflexão de António Rego esta semana, via Agência Ecclesia:
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Arrastando bizarrias de alto riso, disparates incomensuráveis, ignorâncias arrogantes e, ao mesmo tempo, reflexões muito sensatas, corre o rio da nossa pequena história em direcção ao referendo do próximo dia 11 de Fevereiro. E, cumpre dizer, tem águas muito saudáveis, intervenções inteligentes e debates enriquecedores para o tempo comum da democracia. Não se esqueça que estamos no segundo tempo do mesmo jogo. O povo português já se pronunciou, em referendo, sobre o aborto. E disse não. Tivera dito sim em 1998 e ficaria aferrolhado pelos zelotas do direito e de alguma esquerda que ainda não percebeu em que país vivemos. Convém, por isso, no meio do ruído, lembrar que estamos a perguntar ao mesmo povo a mesma coisa pela segunda vez. Haja paciência para uma democracia assim. Haja!
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Mas há aspectos interessantes. Estamos perante uma mobilização organizada. Possivelmente a maior mobilização de leigos desde os tempos da Acção Católica. E desta vez é por uma causa: a causa simples e concreta da vida.
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Oficialmente a Igreja reafirma a sua inequívoca posição pelo não, na pergunta que é feita no referendo. Mas cada diocese, bispo, paróquia ou movimento, assume os seus dinamismos sem agressão e com respeito por aqueles, mesmo cristãos, que enveredam por outro caminho.
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O Patriarca de Lisboa enviou uma carta aos Párocos, pedindo que, como ?presidentes da assembleia litúrgica, se limitem, durante a mesma, à apresentação da doutrina da Igreja sobre o respeito pela vida. A celebração litúrgica não pode ser lugar de campanha??
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Plenas de sensatez e respeito, estas palavras não podem ser tomadas, como pretendem alguns comentadores, por alheamento à campanha que está a posicionar-se neste momento no terreno da opinião pública. O Cardeal Patriarca acrescenta que ?isto não impede que o Pároco e a comunidade cristã organizem noutros momentos e espaços debates de esclarecimento? acerca das várias questões que este referendo levanta.?
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Eis uma orientação sábia e oportuna num momento de mobilização para uma causa que não é um capricho moral ou uma corrente de circunstância. E à volta da qual pululam falácias e ilusionismos numa confusão ardilosa de falsa modernidade. Como se a vida fosse uma questão do passado.

domingo, janeiro 14, 2007

Porque hoje é o dia Mundial do Migrante e do Refugiado


... na fuga da Sagrada Família para o Egipto entrevemos as dificuldades de cada família migrante, as privações, as humilhações, as limitações e a fragilidade de milhões e milhões de migrantes, prófugos e refugiados, escreve o Papa na sua mensagem.

sábado, janeiro 13, 2007

Ora reparem lá bem nesta notícia..

Dois homens detidos por crimes diversos
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A GNR deteve nas últimas 24 horas em Albufeira três homens por crimes diversos, um por alegado tráfico de droga, outro por furto de cheques e um por utilizar matrículas falsas, para abastecer combustível sem pagar. (in Primeiro de Janeiro)
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Será possível que se escreva tão mal?

Partidarizar o aborto

Por muito que se atenue nas palavras, o aborto consiste em destruir um ser humano, é a reflexão de António Rego, via Agência Ecclesia:
É natural que, a um mês do Referendo do sim ou não ao aborto - é disso que se trata - algumas dúvidas se levantem a quem tem de fazer uma escolha no dia 11 de Fevereiro, ainda que seja não votar ou votar em branco. Como conciliar o uso da firmeza e da tolerância neste complexo debate? Que diferença de método e de espírito entre esta campanha e uma campanha eleitoral comum? Que lugar ocupam os partidos neste xadrez? Onde começa e acaba a liberdade de consciência num tema tão delicado como a destruição da vida humana?
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Torna-se claro que o objecto colocado em referendo não é referendável: a vida. A frase adoçada - interrupção voluntária da gravidez - tenta quebrar a brutalidade do acto abortivo como agressão a um ser indiscutivelmente vivo, humano e indefeso. Não há ciência que possa negar a humanidade dum ser com quatro, cinco ou nove semanas, mesmo que se não entre no preciosismo (?) do segundo exacto em que começa a vida. Ninguém deseja que a mulher, seja qual for a razão por que decidiu provocar o aborto, vá para a cadeia. O seu sofrimento já é uma pesada pena. Mas o que está em causa é a liberalização, o sancionamento social, jurídico e económico dum gesto que, por muito que se atenue nas palavras, consiste em destruir um ser humano na evolução do seu crescimento. Esta é a real questão que deve ser colocada, sem eufemismos e com o maior respeito pela vida da mulher e do homem. É este problema que precisa ser frontalmente colocado como um tema humano e não religioso, inscrito na lei natural e formulado na Lei de Deus. Todo o arrepio que acompanha qualquer descrição pormenorizada deste acto, procede do ser contra natura e não de qualquer estreita lei dum obstinado legislador. Mais ou menos explicitamente os Mandamentos de Deus estão inscritos em dois lugares: na alma humana, no âmago mais profundo e sincero da sua contemplação, e no Decálogo com formulação verbal expressa.
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Estamos perante uma questão que não pertence aos partidos políticos, aos poderes estabelecidos, nem sequer às religiões institucionais. Pertence ao mais secreto e sacro do ser humano. Mas não é uma questão privada ou individual. Tinha razão o Patriarca de Lisboa quando dizia que o aborto não é uma questão religiosa.

Definitivamente clean

O ministro da Saúde admite criar unidades públicas especializadas e, ao mesmo tempo, convencionar com o sector privado pequenas clínicas, para garantir a confidencialidade das mulheres que queiram abortar.
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É para garantir a privacidade ou para esconder a morte, senhor ministro, para que ninguém veja?

Toma lá para aprenderes

Segundo parece, Bruxelas apresta-se a processar Portugal, por considerar que o controlo das tarifas da electricidade é uma «limitação importante» nas condições normais de concorrência.
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Se não sabemos como se faz, haja alguém que nos ensine. Ao menos isso. E que sirva de exemplo para todas as outras Entidades reguladoras.

Escândalo

Enquanto o Senhor Ministro da saúde faz contas muito por baixo sobre quanto vai custar ao Estado se o sim ao aborto ganhar, dinheirinho que vai parar quase por inteiro aos cofres das clínicas espanholas que já esfregam as mãos de contentes, ficámos a saber que o Governo se prepara para cair em cima de nós com mais um imposto.
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Em Portugal, é assim que se quer salvar o SNS, é assim que se acarinha a família.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Venezuela avança com nacionalizações

Onde é que já vimos este filme?

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Lendo os outros

Revejo-me nestas palavras de Fernanda Câncio, no DN:
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Acreditei, ingénua e distraída, que não, não era possível, que o bom senso e os apelos da "comunidade internacional" venceriam. Que não se somaria mais um erro ao mato de disparates que a "gestão" do Iraque pós-invasão tem acumulado. Que uma ideia de civilização, de civilidade, a ideia certa da liberdade e da democracia que se proclamou querer exportar determinariam outra solução que não a final. Que não se cederia ao mais primário tribalismo nas contas da barbárie iraquiana, que não se correria o risco de evidenciar o decreto de calar o monstro e as suas revelações.
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Não sei que solução haveria para Saddam - nenhuma seria boa, nenhuma agradaria a todos, como bem Pacheco Pereira evidenciou quinta-feira no Público. Mas não tenho dúvidas de que esta foi a pior de todas, aquela que me faz sentir, a mim que apoiei esta invasão, que, agora sim, a guerra está perdida.
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Também eu não tenho dúvidas disso. Por isso mesmo, sou contra o aborto.

Lendo na blogosfera

O aborto é um crime e assim continuará após o resultado do referendo de 11 de Fevereiro, independentemente desse resultado.
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João Gonçalves, a propósito da lei que temos, via Portugal dos Pequeninos.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Agora, até para pescar é preciso licença.

De mansinho, voltamos ao tempo em que lume só debaixo das telhas.
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De mansinho, sem darmos por ela.

Novo triângulo das Bermudas

...Sporting, João Pinto, José Veiga. O fútebol em Portugal atolado na m... até à ponta dos cabelos.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Vamos passar palavra, vamos todos, é importante sermos muitos...

1 - QUAL A QUESTÃO QUANDO SE FALA DE DESPENALIZAÇÃO DO ABORTO?
Em 1984 legalizou-se o aborto em Portugal, mas os prazos dessa lei foram alargados em 1997. Nesse ano tornou-se legal abortar por razões de saúde da mãe até às 12 semanas ou até aos 9 meses no caso de perigo de morte ou grave lesão para esta, até às 24 semanas (6 meses) no caso de deficiência do feto, até às 16 semanas no caso de violação. O referendo de 2007 propõem que a mulher possa abortar até às 10 semanas nos hospitais e em clínicas privadas, com os serviços pagos pelos nossos impostos, sem ter que dar qualquer razão (por não estar satisfeita com o sexo do bebé, por exemplo), e inclusivamente contra vontade do pai da criança. De facto, trata-se duma legalização e liberalização do aborto.

2 - MAS QUEREM QUE AS MULHERES QUE ABORTAM VÃO PARA A CADEIA?
Uma mãe apanhada a roubar pão para um filho com fome não vai presa, precisa é de ajuda, e lá por isso ninguém diz que o roubo deve ser legalizado e feito com a ajuda da polícia. É importante que as pessoas saibam que o aborto é um mal e por isso é punível por lei, mas as penas têm um objectivo pedagógico (colaboração com instituições de solidariedade social, por ex.), sendo a possibilidade de prisão, tal como no caso do crime de condução sem carta, considerado um último recurso. Há mais de 30 anos que nenhuma mulher vai para a cadeia por ter abortado e a ida a Tribunal (já muito rara) evita-se sem ter que mudar a lei. O importante é ver quantas vidas uma lei salva?

3 - O BEBÉ TEM ALGUMA PROTECÇÃO LEGAL?
A sociedade deve considerar que todos, e especialmente os mais fracos e desprotegidos, merecem protecção legal; mesmo na lei de 1984 este era o princípio base, no qual se abriam algumas excepções. A liberalização do aborto muda esse princípio base, como se a sociedade portuguesa dissesse que há seres humanos com direitos de vida ou de morte sobre outros seres humanos, admitindo que o mais forte imponha a sua vontade ao mais fraco sem que este tenha quem o defenda.

4 - DIZEM QUE O FETO AINDA NÃO É PESSOA E POR ISSO NÃO TEM DIREITOS...
Dentro da mãe não está de certo um animal ou uma planta, está um ser humano em crescimento com todas as suas características em potência desde o momento da concepção. Dependente da mãe, como estará durante muito tempo depois de nascer - pois se deixarmos um bebé no berço sem o alimentarmos ele morre - dependente como muitos doentes ou idosos. Será que por isso estes também não são pessoas, nem têm direitos? É por serem mais frágeis que os bebés, dentro ou fora do seio materno, os doentes e idosos, precisam mais da protecção legal dada por toda a sociedade.
Em 1857 o Supremo Tribunal dos EUA decretou que os escravos legalmente não eram pessoas e portanto estavam privados de protecção constitucional. Queremos fazer o mesmo aos bebés ainda não nascidos?

5 - E OS PROBLEMAS DA MULHER?...
A suposta solução dos problemas dum ser humano não pode passar pela morte doutro ser humano. Esse é o erro que está na base de todas as guerras e de toda a violência. A mulher em dificuldade precisa de ajuda positiva para a sua situação. A morte do seu filho será um trauma físico e psicológico que em nada resolve os seus problemas de pobreza, desemprego, falta de informação. Para além disso, a proibição protege a mulher que muitas vezes é fortemente pressionada a abortar contra vontade pelo pai da criança e outros familiares, a quem pode responder que recusa fazer algo proibido por lei. Nos estudos que existem referentes aos países onde o aborto é legal, mais de metade das mulheres que abortaram afirmam que o fizeram obrigadas.

6 - MAS A MULHER NÃO TEM O DIREITO DE USAR LIVREMENTE O SEU CORPO?
A mulher tem o direito de usar o seu corpo, mas não de dispor do corpo de outro. O bebé não é um apêndice que se quer tirar, é um ser humano único e irrepetível, diferente da mãe e do pai, cujo coração já bate aos 18 dias, com actividade cerebral visível num electroencefalograma desde as 6 semanas, com as características físicas e muitas da personalidade futura presentes desde o momento da concepção.

7 - E QUANTO À QUESTÃO DA SAÚDE DA MULHER QUE ABORTA?
Legal ou ilegal, o aborto representa sempre um risco e um traumatismo físico e psicológico para a mulher. Muitas vezes o aborto é-lhe apresentado como a solução dos seus problemas, e só tarde demais ela vem a descobrir o erro dessa opção. O aborto por sucção ou operação em clínicas e hospitais legais, pode provocar cancro de mama, esterilidade, tendência para aborto espontâneo, infecções que podem levar à histerectomia, depressões e até suicídios. O aborto químico (comprimidos), cujos efeitos sobre a mulher são em grande parte desconhecidos, quadruplica o risco da mulher vir a fazer um aborto cirúrgico. O trauma pós-aborto deixa múltiplas sequelas psicológicas durante anos.

8 - E QUANDO A MULHER NÃO TEM CONDIÇÕES ECONÓMICAS PARA CRIAR UM FILHO?
Quem somos nós para decidir quem deve viver ou morrer? Para decidir quem será ou não feliz por causa das condições no momento do nascimento? O destino de cada um é uma surpresa, basta ver quantas estrelas milionárias do futebol vieram de bairros de lata. Deviam ter sido abortadas? Uma mãe com dificuldades precisa de ajuda para criar os seus filhos, abortar mantê-la-á na pobreza e na ignorância, o que só leva ao aborto repetido.

9 - MAS TEM QUE SE ACABAR COM O ABORTO CLANDESTINO?
É verdade, temos mesmo é que acabar com o aborto, que ninguém pense que precisa dele, mas a despenalização não ajuda em nada à sua abolição. Em todos os países, após a despenalização aumentou muito o aborto legal (segundo a Eurostat, no Reino Unido 733%, por ex.), mas não diminuiu o aborto clandestino, pois a lei não combate as suas causas (quem quer esconder a sua gravidez não a quer revelar no hospital, por exemplo). E após os prazos legais regressa tudo à clandestinidade.
A diminuição do aborto passa por medidas reais e positivas de combate às suas causas, e não há melhor forma de ajudar os governos a demitirem-se destas prioridades do que despenalizando o aborto.
O que importa é ajudar a ver as situações pelo lado positivo e da solidariedade, e não deixar que muitas mulheres se vejam desesperadamente sós em momentos extremamente difíceis das suas vidas. É preciso que elas saibam que há sempre uma saída que não passa pela morte de ninguém, e que há muitas instituições e pessoas de braços abertos para as ajudarem.

10 - A DESPENALIZAÇÃO SERIA SÓ PARA AS MULHERES?
Não. A despenalização abrange todos: médicos, pessoas com fortes interesses económicos nesta prática, pessoas que induzem ao aborto?. Pessoas que na lei de 1984/97 tinham penas muito mais pesadas que a própria mulher. As leis pró-aborto abrem as portas ao grande negócio das Clínicas Privadas Abortivas e aos acordos para o Estado pagar esses serviços, enquanto os verdadeiros doentes esperam anos para serem atendidos sem terem direito a essas regalias.

11 - MAS A DESPENALIZAÇÃO NÃO OBRIGA NINGUÉM A ABORTAR...
Está provado que a despenalização torna o aborto mais aceitável na mentalidade geral, e por isso mesmo leva na prática ao aumento do número de abortos. A lei não só reflecte as convicções duma sociedade como também forma essa mesma sociedade. O que é legal passa subtilmente a ser considerado legítimo, quando são duas coisas muito diferentes.

12 - PORQUE SE PROPÕEM PRAZOS PARA O ABORTO LEGAL?
Não há nenhuma razão científica, ética, ou mesmo lógica para qualquer prazo. Ou o bebé é um ser humano e tem sempre direito à vida, ou é considerado uma coisa que faz parte do corpo da mãe e sobre o qual esta tem sempre todos os direitos de propriedade. Os próprios defensores da despenalização sabem que o aborto em si mesmo é um mal e que a lei tem uma função dissuasora necessária, por isso mesmo não pedem a despenalização até aos nove meses. No entanto, é de perguntar porque é que até às 10 semanas mulheres e médicos não fazem mal nenhum, e às 10 semanas e um dia passam a ser todos criminosos.

13 - SEGUNDO A LEI O PAI DA CRIANÇA TEM ALGUM DIREITO OU DEVER NESTA DECISÃO?
Não, o homem fica sem nenhuma responsabilidade, e também sem nenhum direito. A mulher pode abortar o filho dum homem contra a vontade dele. Quando a mulher decide ter a criança a lei exige que o pai, mesmo contra vontade, lhe dê o nome, pensão de alimentos e até acompanhamento pessoal, mas se decide não o ter o pai não pode impedir o aborto - fica excluído na decisão de vida ou de morte do seu próprio filho.

14 - O ABORTO É SÓ UM PROBLEMA RELIGIOSO OU ABRANGE OS DIREITOS DO HOMEM?
O aborto ataca os Direitos do Homem. O direito à Vida é a base de todos os outros. O direito de opção, o direito ao uso livre do corpo, o direito de expressão, todos os direitos de que usufruímos, só os temos porque estamos vivos, porque nos permitiram e permitem viver. Ao tirarmos a vida às nossas crianças estamos também a roubar-lhes todos os outros direitos.
A Declaração dos Direitos do Homem explicita que estes são universais, ou seja, são para todos. Porque é que alguns bebés, só porque não são planeados, devem ser excluídos dos direitos de toda a humanidade?

15 - SER CONTRA A DESPENALIZAÇÃO NÃO É SER INTOLERANTE E RADICAL?
Não, o aborto é que é totalmente intolerante e radical para com a criança, porque a destrói; não lhe dá quaisquer direitos, não lhe dá opção nenhuma. O Sim ao aborto tem em conta a posição dum só dos intervenientes, a mulher, pensando erradamente que a ajuda. O Não ao aborto obriga-nos a todos, individualmente e como sociedade, a ter em consideração os dois intervenientes. Ao bebé temos de proteger e de permitir viver. À mãe temos de ajudar para que possa criar o seu filho com amor e condições dignas ou para que o possa entregar a quem o faça por ela, através de adopção. Vamos construir uma sociedade inclusiva:
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Vamos amar, aceitar e proteger TODOS! VAMOS VOTAR NÃO!

A passagem de ano... uma experiência de limitação e da incapacidade de controlar a história.

A reflexão de António Rego, via Agência Ecclesia:
É muito difícil adivinhar o que se escondeu por detrás do rosto, traje e ritmo, na celebração da passagem de ano. Dos que partiram para longe e dos que ficaram. Dos que se ocultaram na agitação de anónimos em salas, praças, ruas e castelos de fantasia inventados para a circunstância. Tudo na escorregadia passagem do tempo que, à esquina, tanto promete e nada garante. Que será afinal um ano que passa, um número que muda e conduz à exaustão física, psicológica, económica, os agentes deste ritual complexo que a todos envolve e questiona? No momento de falar todos tartamudeiam os mesmos lugares comuns nos desideratos para um Ano Novo. Mas todos, possivelmente, encobrem um oceano de inquietações, anseios, procuras, incertezas, medos recônditos. Trata-se de espantar os monstros que podem surgir na neblina de cada novo minuto que o rodar do tempo transporta. Ninguém é dono do tempo e dos factos. As notícias escorrem, com uma sensualidade estranha, sobre os naufrágios, os acidentes de estrada, os fogos, os crimes, os cataclismos e as lágrimas de tantos fustigados pela dor.
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E sabemos que muitos dramas ficaram por dizer e muitas alegrias por contar. E tantos acontecimentos de festa e ternura tratados com o desprezo de causas insignificantes.
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O que dá importância à celebração dos acontecimentos e os transforma em liturgia é a sua capacidade de se projectarem para além do seu tempo real. E esse valor mede-se pela intensidade com que se vivem. A passagem de ano tem realmente um significado dentro de cada ser humano que experimenta a sua limitação de tempo e a sua incapacidade de controlar a história. Sempre no ímpeto irreprimível de felicidade. Há algo de transcendente dentro de cada ser como vocação de infinito que o leva a olhar o imediato como medida estreita para os horizontes que interiormente vislumbra. A chegada do Ano Novo parece-se muitas vezes, exteriormente, com um Carnaval selvagem e uma explosão celebrativa próxima da histeria. Mas esconde anseios no coração de cada ser que o remetem à sua vocação humana de infinito. As fronteiras do absurdo e do sublime confundem-se por vezes na complexa condição humana. Aos cristãos incumbe colocar o tempo, o espaço e divertimento no seu lugar certo. Com a força dum espírito que olha e celebra o longe.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Tanta história com a igualdade do género,

...afinal de contas, os antigos é que estavam certos.

25 000 euros

É quanto o Estado alemão vai passar a pagar por cada nascimento, a partir de hoje.
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Cá, o nosso quer pagar para não ter. É assim que se acarinha as famílias e se pensa no futuro em Portugal.