Paisagens e impressões
As paisagens de Alfred Sisley ocupam um lugar insubstituível na história da pintura e do impressionismo em particular.
Não se sentindo atraído pelos aspectos da vida urbana como Renoir, nem pelos impulsos ideológicos que informam muito do trabalho de Pissarro, toda a obra de Sisley denota a satisfação com que descreve as actividades tradicionais do campo e dos espaços rurais enquanto integrados na paisagem.
(A ponte de Moret)
As suas paisagens conseguem exprimir os matizes mais subtis da natureza. Alguns personagens servem às vezes de decoração, sem nenhum traço realmente pessoal. No entanto, os seus quadros apresentam uma atmosfera positiva de beleza, clareza e suavidade.
De Corot ficou-lhe o interesse apaixonado pelo céu, que domina quase sempre as suas pinturas, e também pelos efeitos de neve. Em Neve em Louveciennes, Sisley combina estes dois efeitos, criando um estranho efeito dramático.
(Neve em Louveciennes)
Os quadros revelam uma grande capacidade do pintor para ampliar a sua percepção como impressionista. Basta um detalhe, um toque, um instante, suficientes para captar uma cena, fixar um lugar comum - uma inundação, um passeio na neve, uma onda quebrando sobre as rochas -, ou barcos navegando, como em Os bancos do Sena. O impressionismo é mais um estado da mente do que uma técnica.
(Os bancos do Sena)
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