Rua da Fé

sábado, fevereiro 10, 2007

Ouvir limpidamente a consciência

Na véspera de uma decisão importante para o país, é oportuna esta reflexão de António Rego, via Agência Ecclesia:
Ninguém gosta de perder. E é possível que quem se empenhou emotivamente numa campanha pelo sim ou pelo não ao aborto, se sinta dependente da escolha inicial e não queira, por nada, dar o dito por não dito à última hora: a hora de marcar, na intimidade plena da consciência e no reduto secreto da mesa de voto, a sentença do sim ou do não. Ao aborto.

A campanha tem os defeitos e as virtudes de qualquer campanha. Acende ânimos, suscita paixões, constrói e cega argumentos. E tem muitos efeitos colaterais. Com tudo o que se diz de certo e errado: sobre a mulher, o filho, a ciência, o momento da vida, o embrião, a sua organização como ser, como corpo e pessoa, a perplexidade e razões de aceitar ou rejeitar uma nova vida, a consciência confrontada com os valores que a guiam, o debate entre o marcado pela natureza e o mascarado pela ideologia - tudo isso vem ao de cima num debate onde, por vezes, parece simples um ou outro extremo da resposta à pergunta lançada no referendo. E custa perceber que há tantos amigos, com quem compartilhamos ideais, que dizem exactamente o contrário de nós.

Há elementos extremamente positivos neste todo, vindos de ambos os lados, numa discussão politicamente livre, mas socialmente dependente. Interessa perceber que os cristãos quando dizem não ao aborto se referem essencialmente à intangibilidade da vida humana. Aqui não há subtileza. Não há meia medida. Há consciência. Os contributos científicos ou jurídicos são importantes para o debate, aprendizagem e esclarecimento. Mas não inspiram a decisão final porque essa só por ilusão se esconde ou esquece. E as mulheres – que aparentemente todos pretendem defender - são os seres que, na sua íntima voz, recusam, antes da palavra, qualquer modalidade de aborto. Seja qual for a sua religião, posicionamento de esquerda ou direita, com ou sem radicalidade. Antes do discurso de qualquer político ou entidade religiosa. Está no âmago de todo o ser. É duma evidência entranhada que dispensa demonstração moralista de esquerda ou de direita.

Neste caminho, torna-se complexo envolver o todo num manto político ou ideológico. Está em causa um valor não passível de cálculos, que ultrapassa todos os artifícios que se exibem noutras campanhas políticas. Por isso, mais forte que tudo é a consciência, como voz última, íntima e soberana, que sobrepassa todos os simulacros. Ouvir limpidamente a consciência é escutar o melhor conselheiro da vida.

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quarta-feira, fevereiro 07, 2007

O que se chama a isto?

Tudo vale. Um estudo encomendado por várias organizações e divulgado hoje revela que 8,3 milhões de eleitores brasileiros (8,25% do eleitorado) venderam o seu voto nas últimas eleições, ganha por Lula da Silva após 2ª volta.
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Só para fazer uma ideia da gravidade da situação, este número é maior do que a soma de todos os votos depositados nos Estados de Roraima, Amapá, Acre Tocantins, Rondônia, Sergipe, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Amazonas.

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Será verdade, será mentira?

Não sei se hei-de ficar preocupado com a notícia, com os cientistas, se com as autoridades competentes.
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Como é possível que em 2005, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) tenha previsto um número de óbitos entre os 7 975 e 11.166, consequência da gripe das aves, e agora, volvidos 2 anos, tendo em conta «medidas de intervenções que, em 2005, ainda não estavam implantadas», o número suba para os 32 000?
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Será verdade, será mentira? que medidas estão a ser tomadas, estarão os hospitais preparados? O que é que tem o nosso 1º ministro a dizer?

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Muslims turn to Christianity

Muslims are converting to Christianity in their thousands in France but face exclusion from their families and even death threats.
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Most Muslims hide their conversion and Protestant ministers do their utmost to protect new converts.
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It is estimated that every year in the world some six million Muslims convert to Christianity.
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Reportagem da Reuters

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Quem fala assim não é gago

Ontem Miguel Sousa Tavares vaticinou a vitória do sim, porque o radicalismo assentou arraiais para as bandas do não.
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Tenho fugido totalmente da campanha, é tudo muito repetitivo, vejo e ouço a espaços alguns comentários. Não sei qual vai ser o resultado do próximo Domingo, nem sei em que é que o MST se baseia para afirmar tal. Mas será tolerante esta pérola do jornalista Jorge Malheiros?
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"Votar 'não' a esta 'opção da mulher' é abrir a porta à arbitrariedade, ao aborto forçado, ao aborto contra a opção da mulher, por imposição do pai, por pressão do marido, por ameaça do amante".
Público, 2007/02/06

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Pela vida

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terça-feira, fevereiro 06, 2007

Prometeu voltar...


...e vai voltar.
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Pressionado por circunstâncias muito estranhas, empurrado para a demissão por uma carta vergonhosa, constituído arguido com termo de identidade e residência. Lembram-se? Literalmente, queriam fazer-lhe a folha, não conseguiram.

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segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Um filho, propriedade privada?

A reflexão de António Rego, via Agência Ecclesia:
O aborto, como é sabido, não é primordialmente um problema religioso. É humano e ético. Mas não deixa de ter implicações singulares na consciência religiosa. Por isso se estranha que alguns olhares convertam o debate em ordem ao próximo referendo numa enviesada piedade para com as mulheres que abortam, e indiferença para com os seres vivos e humanos que são violentamente agredidos. E mais ainda se estranha a invocação da fé católica para se colocar do lado do agressor, como se isso fosse a tolerância, contra o ser indefeso no ventre materno. Como se a piedade e misericórdia apenas assistissem do lado da mãe com detrimento do futuro do filho. Também surpreende a neutralidade de alguns crentes como se se tratasse de tema entregue a profissionais de moral ou a políticos encartados. Nessa lógica, cada cidadão se liberta como pode deste fardo. Há quem prefira não se incomodar com o trajecto dum ser humano gerado, na proximidade das dez semanas, com o coração a bater em pleno e o todo essencialmente constituído. E deixá-lo abandonado a uma decisão circunstancial.
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A questão não está essencialmente na condenação moral de quem aborta ou para isso directa ou indirectamente contribui. Está na consequente indiferença à gravidade deste gesto. De tal modo que pede à sociedade que dele se desinteresse, deixando cada caso entregue a opção instintiva.
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Convém voltar ao problema pelo lado da parcialidade que a pergunta lançada no próximo referendo revela ou omite. Revela uma parte do problema – a penalização – e omite o outra, essencial - a agressão a um novo ser humano.
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Cada pessoa tem direito a decidir em consciência. Mas todos têm o dever de aferir a sua consciência por valores objectivos para além de emoções imediatistas transformadas em propriedade privada. Um novo ser não é um objecto que a mãe pode manipular segundo a sua conveniência. É um ser humano que ganhou a sua autonomia e personalidade, com direitos – está consignado na Constituição portuguesa o direito de nascer – e o respeito que merece o seu itinerário de vida. É tão evidente, que se estranha não seja visto do ângulo da ética natural e até de alguma moral cristã. Como é possível que o óbvio nem sempre se veja com a luz meridiana que merece?

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A chantagem

José Sócrates já veio dizer que se o não ganhar a lei vai ser aplicada como está, na íntegra, sem mudar uma vírgula sequer.
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Mas o Senhor 1º Ministro pensa que nós temos medo do quê?

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