Demita-se ou demito-me - Em que ficamos?
Os últimos acontecimentos em torno da crise em Timor-Leste suscitam-me as seguintes questões:
1)
Como é possível que a estabilidade política e institucional de um país dependa de duas pessoas confiarem ou não uma na outra?
2)
A carta do Presidente da República Xanana Gusmão ao 1º Ministro Mari-alkatiri, nos seus termos, é ou não um golpe constitucional? Mostra ou não a face de um líder que caminha nas margens da ilegalidade democrática?
3)
Qual a credibilidade das acusações de que é alvo Mari-Alkatiri?
4)
Sempre fui contra aquilo que politicamente representa Mari-Alkatiri. Mas não será dos poucos a mostrar algum respeito pela Constituição timorense e pelas regras democráticas?
5)
Não estará Mari-Alkatiri a pagar a ousadia de desafiar a geoestratégia da região, ao querer aproximar de Timor países como a Malásia, a China ou o Brasil, com a finalidade de tornar efectiva a sua auto-determinação, evitando assim a hegemonia da Austrália, actual potência regional, mas também da Indonésia?
6)
Como está Portugal a lidar com a situação? Depois da desastrosa questão da GNR, como é que vai responder ao apelo lançado por Alkatiri, e noticiado hoje pelo DN?
7)
Todos os protagonistas desta história são da geração que fez a resistência. Onde está a nova geração de timorenses? Será que o povo está verdadeiramente informado sobre a situação?
8)
Qual o papel da igreja timorense nisto tudo? Por muitas razões que tenha contra Mari-Alkatiri, é necessário não confundir a crise de 2005 com a actual.
9)
Por fim, não será Timor-Leste já hoje um Estado tecnicamente falhado?
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