Porque valeu a pena o 25 de Abril.
Comemorámos mais um aniversário do 25 de Abril, data que cada ano ganha mais significado. Para mim, a sua importância não advém do facto de ter trazido para a Constituição a via socialista, nem sequer o modelo de Estado Social, como escreve Medeiros Ferreira na sua crónica no DN. Essa é daquelas botas que não sabemos como descalçar e pela qual estamos hoje a pagar um pesada factura.
François Furet em O passado de uma ilusão - ensaio sobre a ideia comunista do século XX, explica-nos como o Socialismo e o Fascismo, sendo inimigos declarados, são também inimigos cumplíces que para se enfrentarem, comungam das mesmas paixões - o nacionalismo e o anti-semitismo democrático -, e partilham os mesmos ódios - contra o burguês, a liberdade e o mercado.
É verdade que Salazar não foi fascista nem a via socialista que queriam para Portugal se assemelhou ao socialismo soviético. No entanto, nunca teríamos as liberdades cívicas e políticas que hoje usufruímos e longe estaríamos de um regime democrático de raíz liberal se o 25 de Abril não tivesse triunfado como sinónimo de Liberdade. Daí que não hesite em subescrever as palavras de Adelino Maltez quando nos lembra que um ano depois do 25 de Abril de 1974 aconteceu o 25 de Abril de 1975, o das eleições para a constituinte, desencandeando-se um processo complexo onde todos fomos autores e actores. O resultado é este péssimo regime, talvez o menos péssimo de todos os que temos tido. Apesar de tudo, ainda era capaz de o defender contra regressos autoritários ou vanguardismos revolucionários. De armas na mão, mais uma vez.
François Furet em O passado de uma ilusão - ensaio sobre a ideia comunista do século XX, explica-nos como o Socialismo e o Fascismo, sendo inimigos declarados, são também inimigos cumplíces que para se enfrentarem, comungam das mesmas paixões - o nacionalismo e o anti-semitismo democrático -, e partilham os mesmos ódios - contra o burguês, a liberdade e o mercado.
É verdade que Salazar não foi fascista nem a via socialista que queriam para Portugal se assemelhou ao socialismo soviético. No entanto, nunca teríamos as liberdades cívicas e políticas que hoje usufruímos e longe estaríamos de um regime democrático de raíz liberal se o 25 de Abril não tivesse triunfado como sinónimo de Liberdade. Daí que não hesite em subescrever as palavras de Adelino Maltez quando nos lembra que um ano depois do 25 de Abril de 1974 aconteceu o 25 de Abril de 1975, o das eleições para a constituinte, desencandeando-se um processo complexo onde todos fomos autores e actores. O resultado é este péssimo regime, talvez o menos péssimo de todos os que temos tido. Apesar de tudo, ainda era capaz de o defender contra regressos autoritários ou vanguardismos revolucionários. De armas na mão, mais uma vez.