Rua da Fé

sexta-feira, novembro 10, 2006

Tudo em nome da justiça social

Sócrates promete ir aos bolsos da banca, em nome da justiça social, exigindo ainda que os bancos apresentem às finanças os seus planos de investimentos.

É por estes tiques que se vê o pior deste Governo. Já antes aconteceu relativamente ao sigílo bancário. Por que carga de água tem o Estado de se intrometer na vida das empresas, se as suas actividades não forem ilícitas? Trata-se de uma interferência inadmissível na esfera privada.
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E depois, se quer fazer de Robin Hood, então porque taxa os internamentos e corta nos medicamentos, nas pensões e nos subsídios aos deficientes, porque aumenta a carga fiscal e o custo da electricidade, num contexto marcado pelo desemprego, pelo trabalho precário e pelo envelhecimento da população?
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Como bem escreve Michael Novak em Defining Social Justice, a propósito de Hayek, [t]he trouble with "social justice" begins with the very meaning of the term. Hayek points out that whole books and treatises have been written about social justice without ever offering a definition of it. It is allowed to float in the air as if everyone will recognize an instance of it when it appears. This vagueness seems indispensable. The minute one begins to define social justice, one runs into embarrassing intellectual difficulties. It becomes, most often, a term of art whose operational meaning is, "We need a law against that." In other words, it becomes an instrument of ideological intimidation, for the purpose of gaining the power of legal coercion.
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Hayek points out another defect of twentieth-century theories of social justice. Most authors assert that they use it to designate a virtue (a moral virtue, by their account). But most of the descriptions they attach to it appertain to impersonal states of affairs ? "high unemployment" or "inequality of incomes" or "lack of a living wage" are cited as instances of "social injustice." Hayek goes to the heart of the matter: social justice is either a virtue or it is not. If it is, it can properly be ascribed only to the reflective and deliberate acts of individual persons. Most who use the term, however, ascribe it not to individuals but to social systems. They use "social justice" to denote a regulative principle of order; again, their focus is not virtue but power.
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Justiça social é uma invenção de intelectuais, que parece soar bem aos ouvidos do povo. Infelizmente.