Rua da Fé

sábado, novembro 11, 2006

O liberalismo à portuguesa

O poste anterior tem a ver com este. A visão liberal predominante em Portugal foi aquela que triunfou no braço de ferro protagonizado por Passos Manuel e Alexandre Herculano. Ao passo que este defendia um desenvolvimento sustentado a partir do ensino e da formação, Passos Manuel defendia o investimento nas infrasestruturas, pontes, estradas e por aí fora. Nem é preciso dizer quem levou a melhor. Derrotado, Herculano retirou-se para a sua Quinta de Vale de Lobos em Santarém.
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Desde então, quando se fala de desenvolvimento em Portugal fala-se dos nomes de ministros do fomento que deixaram obra, Hintze Ribeiro, Fontes Pereira de Melo, Duarte Pacheco, Ferreira do Amaral...
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Vem isto à memória a propósito do artigo de Sarfield de Cabral no DN, sobre os investimentos que se avizinham:
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O entusiasmo pelo TGV lembra-me a afirmação de um deputado na Assembleia Nacional ainda no tempo de Salazar: um país a sério tem de possuir uma siderurgia. Ora, naquela altura, vários países europeus altamente de-senvolvidos ou nunca haviam tido siderurgias ou estavam a fechá-las. Viu-se no que deu a nossa siderurgia.
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Ontem como hoje, as coisas mantém-se na mesma. Para mal de todos nós.