domingo, dezembro 31, 2006
Sócrates e Marques Mendes passam final de ano no Brasil
mas sem convite para a festinha de Lula da Silva. É já segunda-feira e o Brasil petista anda todo empolgadão.
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Sêu José da Costa Lima, motorista da Presidência, já assegurou que o Rolls-Royce não vai quebrar, como aconteceu em 2003, quando teve de ser empurrado ao sair do Congresso.
sábado, dezembro 30, 2006
As notícias do ano de 2006
1) A guerra entre Israel e os vizinhos Líbano e Palestina;
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2) O estilo, as homílias e os discursos de Bento XVI.
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2) O estilo, as homílias e os discursos de Bento XVI.
Estavam à espera do quê?
É espantoso que o Director da PJ se venha queixar no Expresso que os donos da bola não estejam a ajudar nas investigações do processo Apito Dourado.
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Será que os pjotas se tornaram uns meninos do coro? Queriam ser recebidos de braços abertos, e lhes contassem tudo o que sabem? É que essa gente não é de brincar...
No dia em que a ETA voltou a atacar...
Dentro de um ano estaremos melhor que hoje.
José Luis Zapatero
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José Luis Zapatero
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Entretanto, o seu ministro da Administração Interna já deu instruções a todas as forças de segurança do Estado para terem a maior prudência e vigilância e estarem preparadas para o pior.
sexta-feira, dezembro 29, 2006
A frase do dia...
...porque este governo também se põe a jeito.
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Acabei agora mesmo a minha última reunião de Governo deste ano e tomou-se uma decisão: não ligar mais ao que se diz na comunicação social em Lisboa, nós já não ligamos pífia ao que se diga de nós em Lisboa, não nos interessam para nada.
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Alberto João Jardim
Pôr o pessoal na linha
É lendária a assiduidade do funcionário público. Ninguém gosta de ser controlado. O que espanta mesmo é que dezanove directores de serviço do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, tenham apresentado a demissão, só porque a Administração implementou um sistema de assiduidade por impressões digitais.
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Só há uma explicação para que ninguém queira ir lá pôr o dedinho. Assim acaba a andança dos cartões magnéticos e das folhas de presença.
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E já agora, seria bom saber se um controlo mais eficaz de presenças tem repercussões nos índices de produtividade dos hospitais.
Punir um crime com um outro crime
"Não pensemos que podemos punir um crime com um outro crime. A Igreja proclama que a vida humana deve ser protegida desde a concepção até à morte natural".
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"A pena de morte não é uma morte natural. Ninguém pode matar, nem mesmo o Estado".
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"A pena de morte não é uma morte natural. Ninguém pode matar, nem mesmo o Estado".
Cardeal Renato Raffaele Martino, Presidente do Conselho Pontifício para a Justiça e Paz do Vaticano ao Jornal La Reppublica
quinta-feira, dezembro 28, 2006
quarta-feira, dezembro 27, 2006
A nossa costela francesa
Eis algumas respostas dadas por alunos franceses em testes e exames.
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1) Galileu (1564-1642) foi condenado à morte porque foi o 1º a fazer a terra andar à volta.
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2) François Mitterrand sucedeu a François 1er.
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3) Um braço de mar é um pedaço de mar em forma de braço.
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4) O exemplo do Titanic serve para demonstrar a agressividade dos icebergs.
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5) Os 4 pontos cardinais são a direita, a esquerda, em baixo e em cima.
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6) A França tem 60 milhões de habitantes entre os quais muitos animais. (esta está certa!)
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7) A 2ª guerra mundial foi um período de paz e de prosperidade para a Alemanha.
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8) A 11 de novembro, armisticio da 1ª guerra, o presidente condecora os pais do soldado desconhecido.
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9) Na guerra de 14 a 18, os soldados morriam várias vezes, primeiro por causa das bombas, e depois porque lhes davam lama para comer.
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10) Os rios correm sempre no sentido da água.
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11) Um quadrado é um rectângulo que tem um ângulo direito em todos os lados.
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12) Um quadrado é um rectângulo um pouco mais curto.
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13) O zero é o único número que permite contar até 1.
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14) Um septuagenário é um losango de 7 lados.
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15) Todos os números pares podem dividir-se por zero. (e os ímpares?!)
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16) Uma linha recta torna-se curva quando vira.
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17) Um compasso utiliza-se para medir os ângulos do círculo.
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18) Uma raiz quadrada é uma raíz com 4 ângulos iguais.
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19) os chineses utilizam bolas para fazer contas.
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20) Para fazer uma divisão, é preciso multiplicar uma subtracção
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21) O álcool permite tornar a água potável.
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22) Uma tonelada pesa pelo menos 100 Kg se ela for pesada.
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23) O desembarque na Normandia teve lugar nas praias de Inglaterra.
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24) A primeira guerra mundial fez uma dezena de mortos mas só do lado alemão.
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25) As bombas atómicas são inofensivas quando servem para fabricar electricidade.
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26) Se não se estragassem, as máquinas não seriam humanas.
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27) Um relógio divide-se em 12 fusos horários de igual intensidade.
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28) Arquimédes foi o 1º a provar que uma banheira podia flutuar.
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29) A datação com o carbono 14 permite saber se alguém morreu na guerra.
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30) No cinema mudo, os actores falavam com palavras que escreviam por baixo dos filmes.
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31) O cinema era uma energia ainda desconhecida no século XIX.
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32) Um litro de água a 20ºC + Um litro de água a 20ºC = 2 litros de água a 40ºC.
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33) Os agricultores, nem sempre foram pessoas coléricas que queimavam >pneus e batatas.
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34) Uma língua morta é uma língua que só é falada pelos mortos. (gosto desta)
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35) Victor Hugo escrevia livros para os pobres miseráveis.
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36) Em todos os quadros pintados vê-se bem que Napoleão escondia a sua grande barriga com a mão.
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37) A gramática não serve para nada porque é muito difícil de perceber.
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38) Napoleão é o sobrinho do seu avô.
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39) Antes da guilhotina, os condenados à morte eram executados na cadeira eléctrica.
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40) A guerra de 100 anos durou de 1914 a 1918.
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41) Uma biblioteca é como um cemitério para os livros velhos.
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42) Nero servia-se dos cristãos para fazer lâmpadas, metendo-lhes fogo.
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43) A leitura permite ao homem tornar-se míope...
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44) Os latinos falavam o grego antigo.
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45) A leitura é feita para aqueles que não gostam de escrever
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46) O livro de bolso foi inventado por Gutenberg.
Querem a prova...
... de que a venda da PT à Sonaecom foi a melhor decisão da AdC? então leiam aqui.
Juntos pelo NÃO
Por todo o Portugal, pessoas provenientes de todos os sectores sócio profissionais transversais a toda a sociedades, com várias sensibilidades políticas e religiosas, vão-se mobilizando e juntando à Plataforma Nacional NÃO, OBRIGADA, num só pressuposto: defender a vida dizendo «Não» ao aborto voluntário e generalizado.
Pé ante pé...
já nem a Europa nos recomenda. Portugal virou case-study, um exemplo a não seguir. Passo a passo, não é Senhor 1º Ministro?
Sentença de Talião
A Constituição norte-americana é um documento filosófico e jurídico de referência por conter uma declaração dos direitos fundamentais do homem, que lhe confere um valor universal, e pela defesa do indivíduo face aos abusos do Estado. Foi também a pensar na abolição da escravatura que Thomas Jefferson e James Madison elaboraram as primeiras 10 emendas.
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É por isso inqualificável a reacção da Casa Branca à sentença de Saddam, considerando-a um marco importante por mostrar os esforços do povo do Iraque para substituir a tirania pelo Estado de direito.
terça-feira, dezembro 26, 2006
Laicismo raivoso
D. Manuel Martins, sem papas na língua, em discurso directo para O Primeiro de Janeiro:
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Secularização é diferente de laicismo praticante, de laicismo raivoso. Nós estamos a entrar, em muitas áreas da nossa sociedade, num laicismo raivoso.
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Um exemplo.
Vamos lá imaginar..., eu podia falar de outros exemplos mas esta veemência com que uma associação criada recentemente, que tem como finalidade abandonar todas as crenças, é uma ética e moral republicanas, não sei bem o que isso seja, parece que é aquela que está dependente da Lei e não tem nada a ver com os fundamentos da natureza, com a nossa essência, tudo fica na rama. As leis é que fazem as coisas boas ou más, o que é absolutamente impensável, mas há movimentos na sociedade portuguesa, organizados, pessoas e grupos isolados, e grupos organizados, que pretendem que todos os símbolos religiosos sejam afastados das instituições públicas. Ora nós não podemos esquecer que isto faz parte da nossa civilização cristã e com esta roupagem do catolicismo. Nós somos um país que nasceu cristão, que tem o seu ADN cristão, a sua raiz cristã, a sua identidade cristã, a sua tradição cristã e todas as formas de manifestação festivas, têm todas a marca cristã. Até nas nossas expressões artísticas.
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Nós sabemos que esta raiva laicista vai até ao ponto de exigir que nos salões paroquiais ou de instituições de solidariedade social dependentes da Igreja, onde porventura se realizem votações para o referendo, em ordem ao referendo, que se retirem todos os símbolos religiosos que lá existirem. Ora, estamos a falar de Cristo crucificado, Nossa Senhora? Eu posso dizer assim: eu não tiro. Isso é uma agressão à nossa civilização, à nossa liberdade. Esta instituição é cristã, católica?eu não tiro. Agora imagine-se que vem uma Lei que manda tirar. Os responsáveis podem dizer que não tiram e dizer também que a sala está à disposição, mas são eles que têm que assumir a responsabilidade enquanto a sala está «alugada». Esta segunda posição também pode ter consequências muito gravosas. Até não sei o que será melhor. Se eu responsável da instituição e disser ao meu povo o que se passou, como por exemplo: eu não consenti que se tirassem as imagens, mas se eles o fizessem, a responsabilidade era deles porque a sala tinha sido cedida. Creio que era muito pior, para eles.
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Sabe, fui para Setúbal em 1975, no Verão quente. A revolução de Abril já se tinha operado e estávamos no tempo do chamado PREC, no tempo de uma maluqueira nacional, que eu experimentei na carne, no coração e na alma. Nessa altura de desorientação e sobretudo de uma movimentação que foi aproveitada com uma grande violência pelo partido comunista, e que tinha uma implantação privilegiada naquelas zonas, que é uma terra maravilhosa e de gente maravilhosa, mas às vezes meia dúzia de pessoas dão o tom a uma terra. Havia uma greve na Lisnave, e eram meia dúzia de activistas de extrema-esquerda que ficavam à porta e não deixavam entrar os outros. Faziam um túnel e enxovalhavam todos os que passavam para trabalhar, e depois fotografavam-nos e colocavam as fotografias, as fotocópias, nas instalações da Lisnave. De modo que é preciso ter isto em conta para não correr o risco e dizer que eram todos. Aquilo era comandado por uma força que estava latente e que depois se manifestou. Nessa altura de loucura nacional houve um grupo revolucionário que no hospital de Setúbal ousou retirar todos os símbolos religiosos das enfermarias e dos quartos, ligando aquilo à Igreja, a uma Igreja que, alegadamente, esteve ligada ao regime. Só que depois a comissão de trabalhadores reuniu-se, e alguém se levantou a exigir que os crucifixos fossem postos no mesmo lugar. Porque se havia alguém quem não tinha feito mal algum aos trabalhadores era aquele que estava na cruz. E tudo voltou ao seu lugar. O nosso povo é cristão e o respeito pelo sagrado faz parte da natureza. Portanto estamos num tempo de laicismo raivoso.
Ó Pá, venha ela, que se faz tarde!
São tantas as vantagens se a Sonaecom comprar a PT que é caso para estranhar a demora.
segunda-feira, dezembro 25, 2006
Lendo os outros
O Deus cristão é o Deus da liberdade. São Paulo também escreverá que onde está o espírito de Cristo aí está a liberdade. Ao criar homens e mulheres livres, o próprio Deus lhes ficou submetido, correndo o risco da insubordinação humana. A filósofa e mística E. Stein escreveu: "A misteriosa grandeza da liberdade pessoal estriba em que o próprio Deus se detém perante ela e a respeita." O traço fundamental do Homem enquanto imagem de Deus é a liberdade. Sempre que as Igrejas cristãs a não respeitaram, traíram substancialmente a mensagem de Jesus.
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Natal de Jesus, Natal do homem, por Anselmo Borges
A Palavra fez-se carne e habitou entre nós.
No princípio era o Verbo
e o Verbo estava com Deus
e o Verbo era Deus.
No princípio, Ele estava com Deus.
Tudo se fez por meio d?Ele
e sem Ele nada foi feito.
N?Ele estava a vida
e a vida era a luz dos homens.
A luz brilha nas trevas
e as trevas não a receberam.
Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João.
Veio como testemunha,para dar testemunho da luz.
O Verbo era a luz verdadeira,
que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem.
Estava no mundo
e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu.
Veio para o que era seu
e os seus não O receberam.
Mas, àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome,
deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram do sangue,
nem da vontade da carne, nem da vontade do homem,
mas de Deus.
E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós.
Nós vimos a sua glória,
glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito,
cheio de graça e de verdade.
João dá testemunho d?Ele, exclamando:«Era deste que eu dizia:
O que vem depois de mim passou à minha frente,porque existia antes de mim».
Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos
graça sobre graça.
Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés,
a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
A Deus, nunca ninguém O viu.
O Filho Unigénito, que está no seio do Pai,
é que O deu a conhecer.
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Jo 1,1-18
e o Verbo estava com Deus
e o Verbo era Deus.
No princípio, Ele estava com Deus.
Tudo se fez por meio d?Ele
e sem Ele nada foi feito.
N?Ele estava a vida
e a vida era a luz dos homens.
A luz brilha nas trevas
e as trevas não a receberam.
Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João.
Veio como testemunha,para dar testemunho da luz.
O Verbo era a luz verdadeira,
que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem.
Estava no mundo
e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu.
Veio para o que era seu
e os seus não O receberam.
Mas, àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome,
deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram do sangue,
nem da vontade da carne, nem da vontade do homem,
mas de Deus.
E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós.
Nós vimos a sua glória,
glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito,
cheio de graça e de verdade.
João dá testemunho d?Ele, exclamando:«Era deste que eu dizia:
O que vem depois de mim passou à minha frente,porque existia antes de mim».
Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos
graça sobre graça.
Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés,
a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
A Deus, nunca ninguém O viu.
O Filho Unigénito, que está no seio do Pai,
é que O deu a conhecer.
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Jo 1,1-18
domingo, dezembro 24, 2006
A agonia do CDS/PP
Em hora de balanços, nada há a acrescentar a estes monstrinho de duas cabeças, como lhe chamou Ana Sá Lopes recentemente num artigo do DN, em que se transformou o CDS/PP.
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Lembro somente a minha posição sobre o assunto, publicada aqui em 21 de Março:
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O CDS/PP atravessa um período de convulsões internas. Quando o líder, em vez de dirigir o partido do Caldas (ou do Parlamento) fá-lo de Bruxelas, às sextas, sábados e domingos, há um claro défice de liderança. Mas mais profunda ainda É a luta entre qual das linhas de orientação ideológica, a centrista, mais democrata cristão, ou a popular, mais liberal, deve determinar as linhas programáticas do partido no futuro.
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Fazendo um retrospectiva desde Abril de 74, o que vemos é que o CDS, como partido de centro, nasceu para viver moribundo. Senão vejamos: 1) chegou tarde (foi o último partido a ser fundado), 2) foi corrido pelos outros dois partidos da esfera governativa, PS e PSD, do centro para a direita do espectro político, 3) os quais, ao longo do tempo, vez à vez, foram-se apropriando das grandes chaves que definem um partido Democrata Cristão da velha guarda, ocupando o centro, da esquerda à direita, não só fisicamente mas também ideologicamente. Em linhas gerais, muito do que defendia o CDS de há 30 anos defendem o PS e PSD hoje.
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Sabendo que a ocupação do espaço político já está definido, o que não dá grande margem de progresso a um partido de direita e muito menos à existência de dois, colocam-se as seguintes questões: vale a pena manter-se fiel aos princípios democrata-cristãos, ou interessa mais ter um partido que se defina sem rodeios de direita? Que partido e que direita interessam a Portugal?
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O partido de direita que falta em Portugal é um partido que não tenha medo de se assumir liberal, política, cívica e economicamente.Para isso, o CDS deve dar lugar a um PP liberal. E este passo tem de ser dado sem tibiezas, senão corre o risco de até isso lhe fugir, quando vivemos sob o governo mais liberal da história da III República.
Em 10 de Maio voltava à carga, dizendo qualquer coisa como isto:
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Mais uma vez, o que ficou foi a imagem de uma direita que carrega um fardo demasiado pesado. Demasiado pesado por três ordens de razões. Primeira de todas, porque em Portugal falta ganhar a batalha das mentalidades. Esta é a razão mais pesada e difícil. Não basta termos uma boa doutrina e julgarmos estar do lado certo. O importante é que, como sublinha Hayek em The Road to Serfdoom, as ideias exerçam influência na evolução dos acontecimentos. Para isso é preciso ganhar no campo das ideias, nos ambientes académicos, longe das querelas partidárias. É preciso desmontar o discurso do adversário. Ainda hoje persiste um emaranhado de ideias sobre a direita, contrárias até umas às outras (salazarista e retrógrada, que só governa para os ricos e poderosos) que é preciso desfazer.
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Por outro lado, a direita de hoje não sabe rigorosamente o que quer. É verdade que vivemos num tempo de diluição ideológica. À esquerda não custa nada vir buscar algumas bandeiras à direita e vice-versa. No entanto, como é possível a esta direita propor algo importante ao país, um programa consistente e catalizador, bem fundamentado em estudos, se não sabe sequer se é democrata-cristã ou liberal, ou outra coisa qualquer? Por exemplo, fala-se em partido confessional. Mas quem ganha com isso? Será que os católicos estão proibidos de militar noutros partidos, e de pensar de modo diferente? Fala-se em sentido de responsabilidade. O que fizeram quando estiveram no poder?
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Por fim, temos um problema de liderança e de gente à altura. Ou melhor, onde há liderança escasseiam as ideias, onde há ideias falta liderança. Quem fala hoje pela direita? Quem é capaz de gerar confiança e credibilidade? Não é com líderes em Bruxelas ou a querer um partido sexy que isto vai lá.
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Como nos ensina Hans-Georg Gadamer em Verdade e Método, a autoridade não é algo que alguém imponha a outro só porque lhe apetece, pelo contrário, resulta de um acto de conhecimento do outro que reconhece em alguém o estatuto de autoridade. O mesmo se pode dizer da conquista no espaço eleitoral. Em democracia, nenhum partido chega ao poder se não receber esse reconhecimento do eleitorado. E isso só acontece apresentando um conjunto consolidado de ideias, propostas de governo precisas e pessoas técnica e politicamente preparadas.
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Sem este trabalho de sapa e preparação, que exige tempo e paciência, a direita nunca se endireitará.
Desde então para cá, tudo piorou. Já é um bom sinal.
Lembrar Timor
Muito interessante a entrevista concedida por Adelino Gomes a Armando Rafael do DN. Permite perceber as diversas intrepertações sobre a crise que atravessou aquele quase Estado, como lhe chamei então.
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A propósito, reproduzo aqui a minhas interrogações sobre o conflito. Lembro ainda estas minhas observações:
É muito difícil para quem está de fora perceber a situação. É difícil porque simplesmente em Timor não existe Estado. Existem líderes, mais ou menos carismáticos, existem instituições, mais ou menos desenhadas no papel, mas de resto, Timor mais parece um catavento. Como é que um Estado pode depender de um líder carismático? E quem manda, ele ou a mulher? Qual a formação dos dirigentes e dos quadros? Ou melhor, há Administração em Timor?
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A segunda constatação tem a ver com o papel que está a jogar nisto tudo a Austrália. É que tudo isto cheira a petróleo ...ups, desculpem, a esturro.
A segunda constatação tem a ver com o papel que está a jogar nisto tudo a Austrália. É que tudo isto cheira a petróleo ...ups, desculpem, a esturro.
Sinais de um tempo novo
Naqueles dias,
Maria pôs-se a caminho
e dirigiu-se apressadamente para a montanha,
em direcção a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria,
o menino exultou-lhe no seio.
Isabel ficou cheia do Espírito Santo
e exclamou em alta voz:
«Bendita és tu entre as mulherese bendito é o fruto do teu ventre.
Donde me é dado
que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?
Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos
a voz da tua saudação,
o menino exultou de alegria no meu seio.
Bem-aventurada aquela que acreditou
no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito
da parte do Senhor».
(Lc 1,39-47)
Maria pôs-se a caminho
e dirigiu-se apressadamente para a montanha,
em direcção a uma cidade de Judá.
Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando Isabel ouviu a saudação de Maria,
o menino exultou-lhe no seio.
Isabel ficou cheia do Espírito Santo
e exclamou em alta voz:
«Bendita és tu entre as mulherese bendito é o fruto do teu ventre.
Donde me é dado
que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?
Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos
a voz da tua saudação,
o menino exultou de alegria no meu seio.
Bem-aventurada aquela que acreditou
no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito
da parte do Senhor».
(Lc 1,39-47)
sábado, dezembro 23, 2006
Total sintonia
Leio no Público e não acredito. Numa entrevita a publicar amanhã pelo jornal "Bild am Sonntag", Durão Barroso terá declarado o seguinte:
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"A Constituição Europeia na sua forma actual não entrará jamais em vigor. Não vale a pena enganarmo-nos", (...) "é preciso, antes de mais, melhorar os mecanismos de decisão, e o mais depressa possível".
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"Trata-se, actualmente, de conservar os seus valores, os seus princípios e a sua substância [do Tratado Constitucional Europeu]".
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Pela posta anterior se compreende porque deste lado não poderia estar mais de acordo.
Ressuscitar um morto: sim ou não?
Pacheco Pereira está contra a possibilidade da Constituição voltar à agenda europeia, e por duas ordens de razão: em 1º, porque é contra qualquer tipo de constituição a nível europeu, em 2º, porque já houve referendos, dois dos quais resultaram num não.
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Discordo de PP pelas mesmas razões. Sabemos o que aconteceu à famigerada Constituição Europeia. Os referendos francês e holandês deram cabo dela. Inúmeras eram as razões para ser contra. Uns porque anunciava a chegada do canalizador polaco, outros por ser demasiado napoleónica, pesada, acessível só aos especialistas. Eu, que sou muito desconfiado de tudo em que os franceses metam as mãos, alinhava por esta última posição. Sou contra códigos napoleónicos, que querem meter tudo lá dentro.
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No entanto, também entendo que é urgente para a UE a existência de uma Constituição, verdadeiramente liberal, curta, circunscrita somente à definição dos principios gerais e das regras de funcionamento das instituições comunitárias. A UE necessita urgentemente de aligeirar e flexibilizar os procedimentos de tomada de decisão.
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Em segundo lugar, PP alega que o não será sempre provisório até que haja um sim que valide definitivamente a Constituição. Esta é uma questão de princípio. Será que pensa o mesmo relativamente ao referendo sobre o aborto? Todos sabemos que haverá tantos referendos ao aborto até que haja um que o valide. Temos de estar preparados para isso. PP não pode querer uma coisa e outra diferente, conforme lhe der mais jeito.
Um caso extraordinário
Raros são os motivos que me pretendem mais de 10 minutos à televisão. Ontem fiquei preso e boquiabeto. O canal 2 transmitiu um documentário sobre Akrit Jaswal, um jovem (ou criança?) que aos 12 anos foi admitido numa Universidade indiana e que diz ter a cura para o cancro.
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Este documentário impressiona, seja pela capacidade intelectual de Akrit, capaz de discutir assuntos altamente técnicos com dois renomados cientistas do Imperial College de Londres, seja pela possibilidade de que tudo se pode desmoronar na vida desta criança, se as suas expectativas se frustrarem.
Leitura obrigatória
A mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial da Paz, entitulada A Pessoa Humana, Coração da Paz, é um documento que deveria ser de leitura obrigatória para todos os políticos, candidatos a político, professores, educadores em geral, e motivo de reflexão nas academias.
Viva o lambebotismo nacional
Ana Gomes, com aquele seu ar sempre desbocado e fora da linha, finalmente disse uma coisa de jeito. De acordo com o Sol, a eurodeputada acusou José Lello de ser «um dos mais histriónicos tenores do unanimismo cinzentão que se corre o risco de instalar no PS».
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Nada que a gente não soubesse.
Lendo os outros
A ameaça que paira sobre a independência das Entidades Reguladoras resulta de uma mentalidade política que tarda em mudar, esta é a opinião de Rui Nunes no JN:
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Importa então avaliar as consequências para o nosso desenvolvimento social e económico desta trajectória. Trata-se porventura de um sinal claro de que aqueles que regularem com independência podem estar em perigo. E, a situação é particularmente complexa dado que os benefícios da regulação independente na saúde, na electricidade, nas telecomunicações ou mesmo na comunicação social não são imediatos. São antes benefícios a longo prazo dado que iniciam um movimento de transformação na nossa sociedade de modo tornar a nossa economia mais competitiva e com maiores índices de produtividade. Adiar novamente uma reforma fundamental como a da regulação independente é não ter em consideração que o verdadeiro choque necessário em Portugal é um choque cultural que tarda em ser implementado.
sexta-feira, dezembro 22, 2006
Zapatero contra a fúria espanhola
Ficou célebre aquela tirada do nosso 1º Ministro quando apontava um rumo para a economia portuguesa, "Espanha, Espanha, Espanha".
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É caso para dizer, alto e pára o baile. É que de acordo com o Diário Digital, o governo espanhol vai subsidiar a 100% as operações de mudanças de sexo. Lá se vai a garra espanhola por água abaixo.
As asas da Razão e da Fé
Bento XVI é de facto o Papa certo no momento certo. O desafio que lança hoje ao mundo mulçumano vai por certo servir para mais umas quantas especulações. Mas esse desafio é profundo e serve igualmente para o mundo ocidental. Ou não será a "ditadura da razão positivista que excluiu Deus da vida pública", triunfante hoje nos fora académicos ocidentais?
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A razão de que nos fala este Papa foi há muito relegada pelos ocidentais, mas está na origem do que é hoje o Ocidente. É essa razão o elemento essencial para o exercício de uma religião autêntica.
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Para que a religião recupere o seu lugar na cultura e o seu espaço na vida hodierna é urgente restituir à cultura e à vida a razão autêntica. Ratzinger percebeu isto há décadas. Este é o combate de um punhado de intelectuais da sua geração, contra a ilusão da razão todo-poderosa, geradora dos super-homens, dos amanhãs que cantam, dos fundamentalismos de todas as espécies.
As marcas de uma ditadura
Saparmurat Niyazov, ou Turkmenbashi como se intitulava, é mais um ditador bizarro, como muitos que houve ao longo da história. Rebatizou o mês de Janeiro de Depois de mim e Abril de Depois de minha mãe; proibiu o ballet e as gravações de música; Construiu um lago no meio do deserto e uma pista de esqui junto à fronteira iraniana. Tem uma estátua toda em ouro, só possível porque o Turquemenistão possui a 5ª maior reserva de gás natural do mundo. Apesar desta riqueza, 5 milhões de habitantes vivem na pobreza extrema, e a sua expectativa de vida é semelhante às zonas mais pobres de África.
Representará a sua morte o fim da ditatura ou não, é a pergunta que a BBC procura responder.
Jerusalem First - City without Violence
Nesta época festiva em que nos preparamos para celebrar o Natal de Jesus, a romagem aos lugares santos é um acto priviligiado para evocar a memória desse Natal de há dois mil anos.
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Infelizmente, os acontecimentos recentes afastam os crentes desses locais. Por isso é que a proposta de um grupo inter-religioso de tornar Jerusálem uma cidade livre de violência, como nos relata o Haaretz, é uma iniciativa de louvar. É um sinal de esperança.
Novas formas de autoritarismo
Longe do sítio, aconteceu o triste episódio da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC). António Barreto, em artigo disponível via Clube de Jornalistas, chama atenção para estes factos:
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TEM RAZÃO PACHECO PEREIRA, toda a razão, quando afirma que a Entidade Reguladora da Comunicação social (ERC) deixou de ter condições para exercer as suas funções. Entre essas condições, estão a serenidade, a independência, a distância nobre e a autoridade moral. Assim como a capacidade para discernir e para saber de que deve ocupar-se uma entidade como esta. Para já não dizer a mera inteligência. Em tudo isto, a ERC falhou. Com um acrescento, o de ter parecido que agiu deliberada e maliciosamente. A ERC nasceu mal, mas ainda havia quem acreditasse que a gravidade das funções que lhe competem levasse os seus membros a considerar os seus deveres. Tal não aconteceu. O défice de independência explica a sua actuação. Na primeira curva, que nem sequer era difícil, derrapou. Não se trata, todavia, de simples mau desempenho. Na verdade, a ERC limita-se a exercer, com excesso de zelo e liberdade criativa, as vastas competências que lhe foram cometidas. Ora, estas são excessivas e vagas, de modo a permitir a sua interpretação pelos respectivos titulares e com o fim de cumprir um objectivo defender os governos e admoestar os cidadãos e os profissionais da imprensa.
O episódio da ERC, no qual aquela entidade estatal se atreveu a dar lições e fazer ameaças ao director de um jornal, é um momento revelador da passagem da estratégia de ocupação do espaço à de imposição de um ambiente legal. Este governo está à beira de pensar o impensável: dá sinais de acreditar em que a liberdade dos cidadãos é incompatível com o poder. O seu.
Pois é. A regulação em Portugal é uma palhaçada. Nos outros países nasceu sob o espírito liberal, para combater todo e qualquer forma de monopólio, estatal ou privado. Em Portugal aparece tarde e a más horas, pelas mãos de conhecidos ex-comunistas, Transformaram a regulação numa forma encapotada de manter o poder do Estado. Como querem que a coisa funcione?
TEM RAZÃO PACHECO PEREIRA, toda a razão, quando afirma que a Entidade Reguladora da Comunicação social (ERC) deixou de ter condições para exercer as suas funções. Entre essas condições, estão a serenidade, a independência, a distância nobre e a autoridade moral. Assim como a capacidade para discernir e para saber de que deve ocupar-se uma entidade como esta. Para já não dizer a mera inteligência. Em tudo isto, a ERC falhou. Com um acrescento, o de ter parecido que agiu deliberada e maliciosamente. A ERC nasceu mal, mas ainda havia quem acreditasse que a gravidade das funções que lhe competem levasse os seus membros a considerar os seus deveres. Tal não aconteceu. O défice de independência explica a sua actuação. Na primeira curva, que nem sequer era difícil, derrapou. Não se trata, todavia, de simples mau desempenho. Na verdade, a ERC limita-se a exercer, com excesso de zelo e liberdade criativa, as vastas competências que lhe foram cometidas. Ora, estas são excessivas e vagas, de modo a permitir a sua interpretação pelos respectivos titulares e com o fim de cumprir um objectivo defender os governos e admoestar os cidadãos e os profissionais da imprensa.
O episódio da ERC, no qual aquela entidade estatal se atreveu a dar lições e fazer ameaças ao director de um jornal, é um momento revelador da passagem da estratégia de ocupação do espaço à de imposição de um ambiente legal. Este governo está à beira de pensar o impensável: dá sinais de acreditar em que a liberdade dos cidadãos é incompatível com o poder. O seu.
Pois é. A regulação em Portugal é uma palhaçada. Nos outros países nasceu sob o espírito liberal, para combater todo e qualquer forma de monopólio, estatal ou privado. Em Portugal aparece tarde e a más horas, pelas mãos de conhecidos ex-comunistas, Transformaram a regulação numa forma encapotada de manter o poder do Estado. Como querem que a coisa funcione?
Regulação à portuguesa
É por esta e por outras que este país nunca andará para a frente. Em entrevista concedida ao Semanário Económico, a secretária do Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, revela:
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[A] lógica de articulação estratégica é uma lógica de Estado, ou seja é um modelo que se define em termos de desenvolvimento nacional. E sendo uma função de Estado é assegurada através do planeamento estratégico que tem de estar sediado num órgão do Estado. Daí termos decidido criar um verdadeiro regulador. Não se trata de criar mais um organismo, mas sim aproveitar o organismo já existente, o IPTM, que nem muda de nome. Agora vamos é transformá-lo num verdadeiro regulador, com competências de planeamento estratégico.
Regulador independente?
Não. Um regulador que funcionará na dependência do Ministério, com autonomia financeira, administrativa e em termos de regulação, mas não com independência. Terá autonomia para fazer a proposta de planeamento estratégico global, mas não terá autonomia para tomar a decisão. Isso tem a ver com o modelo de desenvolvimento económico e com o modelo de desenvolvimento territorial que o Governo, este ou outro, quer para o País.
Em termos práticos, como vai funcionar o novo IPTM?
O IPTM vai ter competências sobre o tarifário. Vai haver uma harmonização de critérios no estabelecimento do tarifário. O que se pretende não é estabelecer tarifas iguais para todos os portos, mas sim a harmonização dos critérios para que exista uma relação directa entre a qualidade do serviço prestado e o tarifário aplicado.
O IPTM também vai regular as condições de acessibilidade dos navios ao porto?
Tem a atribuição da supervisão de todo o sistema. A lógica de concentrar estas funções no IPTM faz com que deixe de ser necessária uma holding para fazer a concertação estratégica, porque existe o regulador, deixando ainda margem para alguma concorrência interna, que também é salutar para estimular a qualidade do serviço prestado. Como todos os planos estratégicos dos portos têm de estar dependentes do plano estratégico global e antes de serem aprovados pelo Governo têm de ter parecer prévio do IPTM, quer dizer que está garantida essa coordenação geral.
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Como é possível criar um verdadeiro regulador, sem ser independente?
quinta-feira, dezembro 21, 2006
Vaticínio
Quem conhece alguma coisa sobre a história da regulação nos diversos sectores, nas telecomunicações, na banca, na electricidade e por aí fora, sabe que se desenvolveu em torno da criação de mecanismos capazes de garantir um mercado com regras claras, transparentes e iguais para todos, livre do jugo do Estado ou desta ou daquela corporação. Uma verdadeira concorrência, algo que não existe em Portugal, é a melhor forma de garantir ao consumidor serviços mais eficientes, melhores produtos, a preços mais competitivos.
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A intromissão do Ministro da Economia sobre as tarifas da electricidade foi uma machadada num dos pontos mais sagrados das Entidades Reguladoras, a independência face ao poder político.
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A partir de agora, a regulação em Portugal vai ser com os governos bem entenderem. Em Portugal é sempre assim, tudo nasce torto.
Homens e golfinhos
De volta ao sítio, ainda a tempo de colocar a reflexão de António Rego, via Agência Ecclesia:
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Desde muito novo me habituei a ver os golfinhos pelos mares dos Açores. Não faz parte da minha infância a descoberta das suas altas virtualidades. Simpáticos, brincalhões, boas companhias nas longas viagens de barco. Pelo que percebia, os pescadores não lhes achavam muita graça, pois roubavam muitos dos chicharrinhos que deviam cair nas suas redes. E, ainda hoje, saindo um pouco da costa, o lugar certo e a hora precisa de ver os golfinhos coincide com a espuma branca do lugar onde os cardumes acorrem para as suas abundantes refeições. É a lei do mar.
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Passados a animais de circo ganharam alguma magia e arrastam multidões para os seus rituais de acrobacia e velocidade dentro e fora das águas. Possivelmente ultrapassaram, nalguns casos, a colheita de ternura roubando, não já cardumes que podiam servir para a mesa dos pobres, mas algum lugar de afecto que é recusado a pessoas. Agora, com as ecografias de gestação, deixam extasiados alguns que revelaram indiferença pelo início da vida? humana.
Passados a animais de circo ganharam alguma magia e arrastam multidões para os seus rituais de acrobacia e velocidade dentro e fora das águas. Possivelmente ultrapassaram, nalguns casos, a colheita de ternura roubando, não já cardumes que podiam servir para a mesa dos pobres, mas algum lugar de afecto que é recusado a pessoas. Agora, com as ecografias de gestação, deixam extasiados alguns que revelaram indiferença pelo início da vida? humana.
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Nada mais bonito que o olhar duma mulher fixado na ecografia do seu filho. O recorte, o movimento, a constituição do corpo humano surgem como o primeiro documento que os pais gostam de revelar ao familiares e amigos com uma candura que não tem preço nem explicação. A ciência sente-se cada vez mais perturbada pelo acesso ao momento luminoso do início vida. Uma vida humana no ventre materno é algo de sagrado, subtil, frágil, sublime, na total incapacidade de defesa a qualquer agressão. Os estudiosos da comunicação reconhecem que é aí, pela modulação, sem palavras nem gestos, que começa o grande diálogo entre mãe e filho. E aí se contam emoções, alegrias, afectos, projectos. Dia e noite, dias e dias, em profundos colóquios de silêncio e embalo, onde a mãe e filho nenhum gesto é indiferente. Todos se acumulam para uma aventura comum da vida.
Nada mais bonito que o olhar duma mulher fixado na ecografia do seu filho. O recorte, o movimento, a constituição do corpo humano surgem como o primeiro documento que os pais gostam de revelar ao familiares e amigos com uma candura que não tem preço nem explicação. A ciência sente-se cada vez mais perturbada pelo acesso ao momento luminoso do início vida. Uma vida humana no ventre materno é algo de sagrado, subtil, frágil, sublime, na total incapacidade de defesa a qualquer agressão. Os estudiosos da comunicação reconhecem que é aí, pela modulação, sem palavras nem gestos, que começa o grande diálogo entre mãe e filho. E aí se contam emoções, alegrias, afectos, projectos. Dia e noite, dias e dias, em profundos colóquios de silêncio e embalo, onde a mãe e filho nenhum gesto é indiferente. Todos se acumulam para uma aventura comum da vida.
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Nada há comparável à vida humana.
Nada há comparável à vida humana.
sexta-feira, dezembro 08, 2006
Lendo os outros
O Vaticano sublinhou sempre o carácter pastoral e ecuménico desta última viagem de Bento XVI. Mas tudo o que o Papa faça tem consequências políticas, como sublinha Isabel Meirelles, no Jornal Económico, cuja viagem qualifica de um acto de grande coragem e diplomacia
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Com efeito, a deslocação do Papa pode ter duas leituras extraídas das suas próprias palavras, dado que o fez para "dialogar com a minoria ortodoxa do país e para deixar uma mensagem aos muçulmanos".
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Parece, assim, que este Papa que já se manifestou no passado contra a entrada da Turquia na União Europeia, sugere um retorno aos valores cristãos fundamentais numa aproximação declarada ao Patriarca Ecuménico Bartolomeu I, líder da igreja ortodoxa, com ambos a defender a reconciliação entre as duas igrejas selada numa declaração conjunta, na qual se refere a necessidade da completa reconstrução da unidade cristã, perante o crescendo de conflitos religiosos planetários.
Parece, assim, que este Papa que já se manifestou no passado contra a entrada da Turquia na União Europeia, sugere um retorno aos valores cristãos fundamentais numa aproximação declarada ao Patriarca Ecuménico Bartolomeu I, líder da igreja ortodoxa, com ambos a defender a reconciliação entre as duas igrejas selada numa declaração conjunta, na qual se refere a necessidade da completa reconstrução da unidade cristã, perante o crescendo de conflitos religiosos planetários.
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Este propósito foi explicado pelo Cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos que, em entrevista ao diário alemão Frankfurter Allgemeine, declarou que a visita devia funcionar como um sinal de que as Igrejas do Oriente e do Ocidente estão dispostas a prosseguir o caminho da sua aproximação, dado que os conflitos do mundo globalizado obrigam os cristãos a juntarem-se e a descobrir o que tem em comum, em contraposição ao mundo islâmico.
Este propósito foi explicado pelo Cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos que, em entrevista ao diário alemão Frankfurter Allgemeine, declarou que a visita devia funcionar como um sinal de que as Igrejas do Oriente e do Ocidente estão dispostas a prosseguir o caminho da sua aproximação, dado que os conflitos do mundo globalizado obrigam os cristãos a juntarem-se e a descobrir o que tem em comum, em contraposição ao mundo islâmico.
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Outra leitura desta visita seria a de ver nela um gesto de reconciliação entre a igreja católica e o mundo islâmico, vertida no simbolismo da visita à Mesquita Azul, a segunda feita na história do Vaticano, onde antes de entrar e rezar o Papa tirou os sapatos, seguindo simbolicamente o exemplo dos fiéis islâmicos, ao lado do seu chefe religioso Mustafa Cagrici.
Outra leitura desta visita seria a de ver nela um gesto de reconciliação entre a igreja católica e o mundo islâmico, vertida no simbolismo da visita à Mesquita Azul, a segunda feita na história do Vaticano, onde antes de entrar e rezar o Papa tirou os sapatos, seguindo simbolicamente o exemplo dos fiéis islâmicos, ao lado do seu chefe religioso Mustafa Cagrici.
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Henri kissinger defendia que uma das melhores escolas diplomáticas do mundo era a do Vaticano, sobretudo agora com Bento XVI que é, reconhecidamente, um hábil estratega da Fé Católica e da sua aplicação nos países mais distantes. Por isso, não é impossível que esta diplomacia sábia tentasse justamente num país como a Turquia, de maioria islâmica, aparentemente apaziguar os ânimos exaltados depois do discurso na universidade alemã, enquanto dá passos no sentido da reunificação cristã, numa visão maquiavélica que prevê reacções e manifestações violentas que levem a afastar, ainda mais, a possibilidade da entrada do País na União Europeia.
Henri kissinger defendia que uma das melhores escolas diplomáticas do mundo era a do Vaticano, sobretudo agora com Bento XVI que é, reconhecidamente, um hábil estratega da Fé Católica e da sua aplicação nos países mais distantes. Por isso, não é impossível que esta diplomacia sábia tentasse justamente num país como a Turquia, de maioria islâmica, aparentemente apaziguar os ânimos exaltados depois do discurso na universidade alemã, enquanto dá passos no sentido da reunificação cristã, numa visão maquiavélica que prevê reacções e manifestações violentas que levem a afastar, ainda mais, a possibilidade da entrada do País na União Europeia.
quinta-feira, dezembro 07, 2006
No rescaldo da viagem à Turquia
O significado da viagem, a imagem e o significado dos gestos deixados pelo Papa, os seus discursos, as pontes lançadas para o diálogo com as religiões ordotoxa e islâmica, tudo isto podemos ler aqui, no balanço feito pela Agência Ecclesia.
Os banho de multidão de Bento XVI
A opinião de António Rego, via Agência Ecclesia:
É sempre possível dizer algumas coisas sobre a viagem de Bento XVI à Turquia. Há perspectivas históricas, culturais, políticas ou religiosas tão diversificadas que qualquer abordagem acaba por ter, entre possíveis erros, alguma observação certa e entre muitas certezas algumas imprecisões. Estamos perante um país complexo na sua situação geográfica, história política e religiosa, com extremos de grandeza e aviltamento nas suas construções mais significantes e na sucessão de impérios e religiões.
É sempre possível dizer algumas coisas sobre a viagem de Bento XVI à Turquia. Há perspectivas históricas, culturais, políticas ou religiosas tão diversificadas que qualquer abordagem acaba por ter, entre possíveis erros, alguma observação certa e entre muitas certezas algumas imprecisões. Estamos perante um país complexo na sua situação geográfica, história política e religiosa, com extremos de grandeza e aviltamento nas suas construções mais significantes e na sucessão de impérios e religiões.
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Para os cristãos é um lugar santo ? Terra Santa da Igreja. Nada se entende da movimentação bíblica do Antigo e Novo Testamento ? em particular os Actos dos Apóstolos e as Cartas ? sem a terra a que hoje chamamos Turquia e que já teve, com a Grécia, alternância de tantos lugares por onde passou o cristianismo nascente.
Para os cristãos é um lugar santo ? Terra Santa da Igreja. Nada se entende da movimentação bíblica do Antigo e Novo Testamento ? em particular os Actos dos Apóstolos e as Cartas ? sem a terra a que hoje chamamos Turquia e que já teve, com a Grécia, alternância de tantos lugares por onde passou o cristianismo nascente.
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Hoje é um país de maioria islâmica esmagadora, Igreja Ortodoxa com missão significativa entre os diversos Patriarcados que a compõem e dividem. E com uma presença católica quase invisível.
Hoje é um país de maioria islâmica esmagadora, Igreja Ortodoxa com missão significativa entre os diversos Patriarcados que a compõem e dividem. E com uma presença católica quase invisível.
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A visita dum Papa à Turquia entra sempre nestes terrenos complexos e proíbe qualquer improviso ou espontaneidade. Todas as palavras e gestos têm de ser rigorosamente pensados, pelo eco num mundo atento a todos os fumos que se elevam do Médio Oriente e cercanias. Bento XVI não teve um minuto de sossego no banho de multidões que não apareceram, mas viram e espiaram a sua viagem. Nenhum jornal, rádio, televisão, site ou blogue, se pôde dar ao luxo de ignorar este acontecimento. Desde o vulcão do onze de Setembro, com olhares acirrados sobre o Ocidente, as caricaturas de Maomé exorcizadas, as palavras do Papa na Alemanha rejeitadas como injúria - ninguém no planeta se pôde sentir fora deste evento. Foi um pouco do medo, da expectativa, da nova visão de guerra, do estado de espírito dos radicais islâmicos, da percepção dos ortodoxos, das expectativas dos católicos, das múltiplas opiniões emitidas com os nervos à flor da pele ? que fez da figura de Bento XVI o centro do mundo por alguns dias, porque ele próprio se havia transformado em catalizador de vários pólos. Não admira, pois, que esta viagem tivesse mais audiência e multidões, em todo o planeta, que qualquer viagem de João Paulo II.
A visita dum Papa à Turquia entra sempre nestes terrenos complexos e proíbe qualquer improviso ou espontaneidade. Todas as palavras e gestos têm de ser rigorosamente pensados, pelo eco num mundo atento a todos os fumos que se elevam do Médio Oriente e cercanias. Bento XVI não teve um minuto de sossego no banho de multidões que não apareceram, mas viram e espiaram a sua viagem. Nenhum jornal, rádio, televisão, site ou blogue, se pôde dar ao luxo de ignorar este acontecimento. Desde o vulcão do onze de Setembro, com olhares acirrados sobre o Ocidente, as caricaturas de Maomé exorcizadas, as palavras do Papa na Alemanha rejeitadas como injúria - ninguém no planeta se pôde sentir fora deste evento. Foi um pouco do medo, da expectativa, da nova visão de guerra, do estado de espírito dos radicais islâmicos, da percepção dos ortodoxos, das expectativas dos católicos, das múltiplas opiniões emitidas com os nervos à flor da pele ? que fez da figura de Bento XVI o centro do mundo por alguns dias, porque ele próprio se havia transformado em catalizador de vários pólos. Não admira, pois, que esta viagem tivesse mais audiência e multidões, em todo o planeta, que qualquer viagem de João Paulo II.
quarta-feira, dezembro 06, 2006
Onde está a verdade?
Durão Barroso negou que tenha autorizado ou tido conhecimento da existência de voos ilegais da CIA em território português enquanto foi primeiro-ministro de Portugal, entre 2002 e 2004, a Comissão temporária do Parlamento Europeu, presidida pelo eurodeputado Carlos Coelho quer provar, à viva força, que houve uma colaboração de paises europeus com a CIA no transporte e detenção ilegais de prisioneiros, o ministro Luís amado acusa essa comissão de ignorar as explicações do Governo português, ou seja, de que «não há, até à data, quaisquer factos ou indícios relevantes que perm itam afirmar que tenham sido cometidas ilegalidades em território português».
segunda-feira, dezembro 04, 2006
Simply amazing
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Simplesmente bom, muito bom. Os Simply Red de Mick Hucknall de regresso e em grande forma, com um som a lembrar o melhor dos tempos áureos da Motown e a tresandar à "Southern Soul" de Memphis, Tennessee.
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Este Oh! What a Girl! vai mesmo aquecer este inverno.
Este Oh! What a Girl! vai mesmo aquecer este inverno.