Rua da Fé

sexta-feira, junho 30, 2006

O valor do voto


Segundo o JN, no Kuwait as mulheres só agora foram autorizadas a votar. Representam cerca de 2/3 dos eleitores e votaram em massa. No total, foram às urnas perto de 80% dos 340 000 eleitores inscritos.
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Votar constitui uma regra de ouro das nossas democracias, é um dos modos pelos quais os cidadãos participam na vida política, contribuindo para a tomada de decisões e a resolução dos problemas públicos.
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Nas sociedades ocidentais, o simples gesto de votar já está tão interiorizado que não surpreende a indiferença geral com que os cidadãos encaram a sua importância.
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Pois bem. No Kuwait, as mulheres não podiam votar. Da 1ª vez que o fizeram, mostraram o quanto precisavam de ser ouvidas, de se exprimir livremente, de participar, de serem tratadas como iguais. Mostraram-nos quanto vale poder votar.
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PS: entretanto, o Washington Post fala de corrupção nas referidas eleições.

A Supremacia da Lei e o Governo sob a Lei

Há uma certa ideia de democracia que conduziu, quase sem darmos por isso, a um lento mas bem sucedido controlo dos governos sobre a esfera privada, social, económica e até moral, dos indivíduos.

Dos Estados Unidos recebemos mais um exemplo de que, numa sociedade livre, os governos não podem fazer tudo o que querem e bem entendem,

De acordo com o Público, na sequência de um requerimento apresentado por Salim Ahmed Hamdam, o Supremo Tribunal concluiu que o Presidente ultrapassou os poderes que lhe são conferidos pela Constituição, quando instituiu comissões militares para julgar os detidos em Guantánamo.

Quaisquer que sejam as consequências deste acordão, a sua importância reside no facto de vir lembrar aos governantes que dispor de uma maioria não significa poder ilimitado para fazerem o que querem, e que é o Direito, no sentido tradicional de regras gerais de justa conduta, que limita os poderes legislativos e executivos.
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As sociedades livres distinguem-se pela forma como respeitam esta ordem.

quinta-feira, junho 29, 2006

Cidadãos?

Com a mais que provável marcação de um novo referendo sobre a despenalização do aborto para Janeiro de 2007, começamos assistir a movimentações para que seja o Parlamento a mudar a lei, descriminalizando as mulheres que interrompam a gravidez até às 12 semanas.

O primeiro sinal veio de dentro do Parlamento, com os partidos da esquerda a manifestarem a sua discordância quanto à sua realização. Compreende-se porquê. Sendo a esquerda maioritária no Parlamento, tudo seria resolvido dentro de portas sem grandes problemas.

Mas hoje ficamos a saber pelo JN que um grupo de cidadãos apela também à aprovação da nova lei sem o recurso ao referendo. Lendo a notícia ficamos a saber de que cidadãos se trata: a CGTP, o PCP, a UMAR, o MDM.

Sem comentários.

quarta-feira, junho 28, 2006

A luz como presente


Lembro-me ainda garoto da forma apaixonada como meu pai falava da pintura renascentista, das escolas de pintura do séc. XVII e sobretudo dos pintores da Flandres e da Holanda.

Vem-me desse tempo o fascínio por Vermeer. Como em muitas das suas obras, no Astrónomo encontramos os elementos típicos que o definem: o quarto fechado, a luz que entra pela janela, um ambiente de trabalho doméstico. O astrónomo, atento no estudo de um globo, guiado pela leitura de um livro fundamental para a época. As texturas e a atenção aos pormenores dos objectos revelam o cuidado pelas questões de escala, as relações de distância e de tamanho na representação.

E a luz, sempre a luz, essa coisa mágica que só Vermeer consegue recriar, usada com mestria para ressaltar uma expressão, aprofundar ou criar uma atmosfera.

A luz e o tempo eternizaram o pintor.

terça-feira, junho 27, 2006

A liberdade esquecida

Por ser algo directamente ligado à pessoa e à sua consciência, a liberdade religiosa é uma liberdade fundamental, anterior a qualquer autoridade civil. Nenhuma lei civil pode ser utilizada para limitar as actividades das comunidades religiosas, que são a expressão da liberdade religiosa destas mesmas comunidades e de cada um dos seus membros individualmente.

Os Estados expressam a sua natureza democrática também pela forma como protegem e defendem este direito. A liberdade religiosa serve de teste para medir o nível de todas as liberdades dentro de um Estado: se viola esta, violam-se todas as liberdades.

É para denunciar as graves violações da liberdade religiosa no mundo que a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre apresenta hoje um relatório, chamando a atenção para este problema com que se confrontam muitas comunidades, como noticia o Diário Digital.

É preciso estarmos mais alerta para este atropelo à liberdade. Falamos muito das outras liberdades. Mas esquecemo-nos que a liberdade religiosa continua a ser um elemento essencial para a segurança e para a coexistência pacífica dos povos, uma condição para qualquer prevenção efectiva de conflitos e um poderoso instrumento para a construção de uma paz duradoura.

PS: Para mais informações sobre esta questão, recomendo uma visita ao Instituto Superior de Direito Canónico da Universidade Católica Portuguesa.

segunda-feira, junho 26, 2006

Há muito que não se ouvia nada assim



Alguém se lembra de Sam & David, a dupla que nos anos 60 rebentou com hits como Soul man, Hold On! Im coming ou I thank You? Pois bem, Cee-Lo (ex-Goodie Mob) e Danger Mouse (Gorillaz) conseguiram ressuscitar a mítica dupla, com um som refinado que mistura o melhor de Soul, funk, rap, hip-hop, pop e da música electrónica.
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Para deleite, aqui fica o som brutal de Crazy.
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E porque a música é contagiante e eles são mesmo bons, a versão ao vivo.

Laranjinhas out


Depois da batalha de ontem, apetece aviar mais uns quantos orangistas.

domingo, junho 25, 2006

Ao Miguel


Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura.
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
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Hoje o Miguel vai receber o sacramento do Baptismo. Este gesto público através do qual a comunidade dos crentes acolhe um novo membro no seu seio representa sobretudo uma mudança fundamental de orientação provocada pelo encontro com Deus e o acolhimento do Espírito divino que faz do ser humano uma nova criatura. Tal como diz-nos hoje o apóstolo S. Paulo.
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Parabéns ao Dani e à Isabel.

Lendo os outros

Perguntava ontem qual a posição da Igreja timorense sobre a crise política que atravessa o país. A resposta é dada por D. Basílio Nascimento em entrevista ao Folha de Domigo e referida pela Agência Ecclesia:
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sábado, junho 24, 2006

Demita-se ou demito-me - Em que ficamos?

Os últimos acontecimentos em torno da crise em Timor-Leste suscitam-me as seguintes questões:
1)
Como é possível que a estabilidade política e institucional de um país dependa de duas pessoas confiarem ou não uma na outra?
2)
A carta do Presidente da República Xanana Gusmão ao 1º Ministro Mari-alkatiri, nos seus termos, é ou não um golpe constitucional? Mostra ou não a face de um líder que caminha nas margens da ilegalidade democrática?
3)
Qual a credibilidade das acusações de que é alvo Mari-Alkatiri?
4)
Sempre fui contra aquilo que politicamente representa Mari-Alkatiri. Mas não será dos poucos a mostrar algum respeito pela Constituição timorense e pelas regras democráticas?
5)
Não estará Mari-Alkatiri a pagar a ousadia de desafiar a geoestratégia da região, ao querer aproximar de Timor países como a Malásia, a China ou o Brasil, com a finalidade de tornar efectiva a sua auto-determinação, evitando assim a hegemonia da Austrália, actual potência regional, mas também da Indonésia?
6)
Como está Portugal a lidar com a situação? Depois da desastrosa questão da GNR, como é que vai responder ao apelo lançado por Alkatiri, e noticiado hoje pelo DN?
7)
Todos os protagonistas desta história são da geração que fez a resistência. Onde está a nova geração de timorenses? Será que o povo está verdadeiramente informado sobre a situação?
8)
Qual o papel da igreja timorense nisto tudo? Por muitas razões que tenha contra Mari-Alkatiri, é necessário não confundir a crise de 2005 com a actual.
9)
Por fim, não será Timor-Leste já hoje um Estado tecnicamente falhado?

sexta-feira, junho 23, 2006

Splash


David Hockney foi dos primeiros artistas a valorizar o quotidiano e a sociedade de consumo nas suas pinturas, abrindo assim o caminho daquele que viria a ser conhecido como movimento pop.

Influenciado pelo mar, o sol e o luxo da Califórnia, Hockney executa na década de 60 uma série de estudos cuja temática são os espaços exteriores com piscina. É desses estudos que resultou Splash, uma visão do mundo simplista, o retrato típico de um dia de verão, sol, calor e luz, em que uma figura solitária acabou de mergulhar, provocando um splash que contrasta com a água parada. Splash é a marca de água de Hockney, conjugando os brilhos e as transparências com uma cor bastante apurada e um desenho bem linear.

Lendo os outros

Ainda a propósito do braço de ferro entre a Ministra da Educação e os sindicatos, escreve Maria José Nogueira Pinto hoje no DN:

quinta-feira, junho 22, 2006

Timor em directo


Os jornais, as rádios e televisões vão-nos dando conta das peripécias neste quase país. Mas quem quiser ter um olhar por dentro, então convido a visitar Timor Online.
É muito difícil para quem está de fora perceber a situação. É difícil porque simplesmente em Timor não existe Estado. Existem líderes, mais ou menos carismáticos, existem instituições, mais ou menos desenhadas no papel, mas de resto, Timor mais parece um catavento. Como é que um Estado pode depender de um líder carismático? E quem manda, ele ou a mulher? Qual a formação dos dirigentes e dos quadros? Ou melhor, há Administração em Timor?

A segunda constatação tem a ver com o papel que está a jogar nisto tudo a Austrália. É que tudo isto cheira a petróleo ...ups, desculpem, a esturro.

quarta-feira, junho 21, 2006

Para onde caminha a Europa

Duas notícias no Destak de hoje são sintomáticas do estado em que se encontra a Europa.

Se por um lado, um estudo realizado pelo Financial Times no Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Espanha revela que os cidadãos da UE consideram os EUA (36 %) uma ameaça maior do que o Irão (30 %) e a China (18 %), por outro lado, as políticas de encerramento das fronteiras na UE tornaram o continente uma autêntica fortaleza para os refugiados. Mais de 7 000 pessoas perderam a vida a tentar cruzar as fronteiras da Europa.

Se a primeira notícia nem merece comentários, a segunda suscita indignação. Já escrevi aqui sobre a Europa. Está mais que provado que os povos e as sociedades quando se fecham estagnam, empobrecem. O que é a Europa senão a história de fluxos, de cruzamentos, de inter-relações? Esta é a história da civilização humana, que evoluiu de uma forma complexa, ao longo do qual se intercruzaram formas culturais e comportamentais distintas.

A minha Europa é uma experiência bem sucedida de multiplas pertenças. Saber que nos estamos a blindar contra a entrada de terceiros faz-me sentir cada vez menos europeu.

Abrir o Verão com Juanes


É possível que haja músicas que tenham a ver com o folclore latino-americano e com o rock? Que tenham elementos pop mas que não sejam propriamente pop, ou rock mas não sejam rock de todo?

Quem ouve Juanes perceberá que a sua música é algo que passa por todos estes estilos mas não é nenhum em particular, porque toda ela soa ao quotidiano das calles de Medellin.

No dia em que chega o Verão e em que Portugal joga com o México, nada melhor que começarmos contagiados a ouvir A Dios le Pido.
Que mis ojos se despierten con la luz de tu mirada yo
a Dios le pido
Que mi madre no se muera y que mi padre me recuerde
a Dios le pido
Que te quedes a mi lado y que mas nunca te me vayas mi vida
a Dios le pido
Que mi alma no descanse cuando de amarte se trate mi cielo
a Dios le pido
Por los días que me quedan y las noches que aún no llegan yo
a Dios le pido
Por los hijos de mis hijos y los hijos de tus hijos
a Dios le pido
Que mi pueblo no derrame tanta sangre y se levante mi gente
a Dios le pido
Que mi alma no descanse cuando de amarte se trate mi cielo
a Dios le pido
Un segundo más de vida para darte y a tu lado para siempre yo quedarme
Un segundo más de vida para darte y mi corazón entero entregarte
Un segundo más de vida yo a Dios le pido
Y que si me muero sea de amor
y si me enamoro sea de vos
y que de tu voz sea este corazón todos los días a Dios le pido
Y que si me muero sea de amor
y si me enamoro sea de vos
y que de tu voz sea este corazón todos los días a Dios le pido
A Dios le pido

terça-feira, junho 20, 2006

Até Paris


A possibilidade era grande mas agora as duvídas estão desfeitas, José Azevedo vai mesmo liderar a Discovery Channel no Tour 2006.
Em 2005, a Discovery ganhou o Giro com Paolo Salvodeli e o Tour com Armstrong. Para um adepto das bicicletas e da mítica prova é pois um orgulho grande saber que um português sucede a Lance Armstrong. A amarela é um sonho quase impossível, e a responsabilidade deve pesar imenso... Por isso, Força nas kinambas Azevedo.

Cortes nas reformas vão ser retroactivas a partir de 2002

Na sequência do anúncio ontem da proposta da Reforma da Segurança Social, noticia hoje o Jornal de Negócios que os anos de trabalho e de descontos feitos a partir de Janeiro de 2002 vão contar para a reforma já de acordo com a nova fórmula de cálculo das pensões.

Sabemos desde há muito que o sistema da segurança social está falido e a precisar urgentemente de uma grande volta. Por isso é de aplaudir a reforma anunciada. No entanto, para um liberal que se preza, há neste anúncio um pequeno senão. Para que uma Lei seja como deve ser é necessário que as regras sejam 1) gerais, abstractas e não-retroactivas, 2) conhecidas e certas e 3) iguais para todos.

Será justo que os descontos efectuados desde 2002 sejam calculados por uma fórmula aprovada em 2006?

A internet e a evangelização

As possibilidades criadas pela internet revolucionaram a forma como nos relacionamos, provocando mudanças rápidas e significativas em quase todos os sectores da nossa sociedade.

A possibilidade de acedermos às notícias e informações úteis que queremos, informarmo-nos sobre os nossos direitos e benefícios, trocarmos ficheiros por email, conversarmos em tempo real por MSN-Messenger, efectuarmos compras e pagamentos, tudo de uma forma rápida e global, tem vindo a provocar mudanças significativas na forma como vivemos e como trabalhamos.

O espaço internáutico é ao mesmo tempo um desafio. É preciso desenvolver competências que permitam aos utilizadores lidar, com segurança e critério, com todos os recursos disponíveis na Internet.

Conscientes da internet como via priviligiada para a evangelização, os Bispos portugueses estão reunidos para discutir o seu uso e possibilidades. (Diário Digital)

Era bom que deste encontro resultassem propostas concretas, na medida em que a Igreja assume um papel fundamental na democraticidade e no combate à exclusão, contribuindo assim para que cada um se comporte em sociedade como indivíduo livre e esclarecido.

domingo, junho 18, 2006

Pai da Europa?


A RTP Memória repõe o programa Os Pais da Europa. Nas imagens do anúncio surge, a par de Jean Monet, De Gasperi, Robert Shuman, Paul - Henri Spaak e Konrad Adenauer, o nosso Mário Soares.

É caso para perguntar, que mais irão inventar?

sábado, junho 17, 2006

A verdade


Depois do Ministro dos Negócios Estrangeiros português ter desvalorizado o relatório do Conselho da Europa, que aponta Portugal como escala usada pela CIA (Central de Inteligência Americana) que transportar presumíveis terroristas para prisões secretas em vários países do Leste Europeu, vem agora o governo espanhol negar as conclusões de um relatório do Parlamento Europeu, alegando não ter qualquer conhecimento relativo à matéria.

Quem nos está a mentir?

sexta-feira, junho 16, 2006

Como o vinho do Porto


Nesta sua segunda incursão sem os Xutos, Tim regressa em grande. Um e o Outro é o passo a seguir a Olhos Meus, e mostra-nos um cantor e compositor no seu melhor, mais sereno e amadurecido. Um dos momentos altos do album é um fado, que conta com a participação de Mariza e Mário Laginha. Mais do que um fado, soa ao melhor da Country Music.

quarta-feira, junho 14, 2006

Nem de propósito

Deixemos a Ministra da Educação actuar com a experiência e as competências que tem para ver se aumenta a qualidade no nosso sistema educativo.

Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República Portuguesa

O que arde cura


Pela terceira vez este ano, os professores saem à rua, em protesto contra as medidas anunciadas pela Ministra da Educação.

A par da saúde, é sabido que o sub-sector Educação é fundamental para o país, porque dele depende em grande medida a formação básica dos portugueses, bem como a qualidade técnica e científica que suporta todas as outras actividades. Quanto melhor for essa formação, mais bem preparados estão os portugueses para construirem as suas vidas, melhor apetrechadas ficam as empresas para enfrentarem os seus desafios e mais benefícios recebe o país.

Por ser prioritário, é também dos mais difíceis de ser gerido. O número elevado de funcionários tem permitido aos sindicatos do sector exercer pressão sobre os sucessivos governos. Isto explica em muito o estado a que se chegou. Lembram-se de alguma greve que não tenha sido feita senão a pensar nos professores?

Desde há muito que não assistíamos a uma reestruturação na educação. Ao contrário do que dizem os sindicatos, não se trata de medidas avulsas, populistas, mas da concretização de um plano bem estudado. Esta Ministra fala do que sabe.
Esta greve é um sinal. Significa mudança. E isso é bom. Lá diz o povo...

O surfista está de volta



O verão anuncia o regresso de uma das minhas ondas preferidas. Donavon Frankenreit, o cantor vagabundo surfista traz-nos de novo o seu som, com uma boa mistura de blues a saber a soul e um folk bem harperiano. Que seria deste californiano sem a guitarra e o oceano?

A ouvir Move by yourself.

segunda-feira, junho 12, 2006

Agradecimento

Ao João Noronha do Fiat Lux, por nos associar ao seu actualíssimo e imprescindível blog. Um bem haja.

Força Portugal, és o maior


Apesar de ter tido uma entrada de leão e uma saída de sendeiro, a vitória contra os patrícios já cá canta. E isso é que importa.

Conhecer-se pela escrita



A inclinação de sua letra mostra que você parece ser uma pessoa equilibrada, educada. Mas é um pouco fria com quem acaba de conhecer. A ligação de sua letra revela raciocínio lógico, dinamismo, método e uma tendência à rotinas. A direção de sua letra indica controle, constância e organização, especialmente nas tarefas cotidianas. A pressão que usa ao escrever sinaliza estabilidade e equilíbrio. As áreas valorizadas na sua escrita destacam idealismo, erudição, preocupação com seu crescimento interior. A forma de sua letra demonstra conservadorismo, formalidade e uma certa frieza em seus relacionamentos sociais. Tende a esconder sentimentos.
Isto é o que diz a minha letra de mim.
Se não tem muito que fazer, então que tal fazer o teste aqui? Veja o que a sua caligrafia tem a dizer de si.

Sobre o 25 de Abril

Não ficou nada, nada, rigorosamente nada, disse José Saramago, a propósito da homenagem prestada a Vasco Gonçalves.

Graças a Deus.

sábado, junho 10, 2006

Lendo os outros

A propósito do estado do sítio, escreve Francisco Sarsfield de Cabral no DN:

sexta-feira, junho 09, 2006

Que é feito do humanismo e do personalismo cristão do CDS?

A Assembleia da República chumbou com os votos de todos os outros partidos a proposta do CDS-PP de diminuição da idade penal dos 16 para os 14 anos. Era bom de ver.

Há uns anos atrás, António Guterres tomou uma iniciativa do género, propondo baixar a idade de voto dos 18 para os 16 anos. Na altura, a intenção era mesmo buscar mais votos.

Ambas as iniciativas vão contra a tendência evolutiva, quer da população em geral, cada vez mais envelhecida, quer das novas gerações, cujo amadurecimento psico-somático é cada vez mais tardio. Se há 30-40 anos ter 18 anos era sinal de maioridade, com o que isso significa de responsabilidade, amadurecimento, autonomia, hoje não.

Na verdade, saberá algum deputado do CDS-PP explicar-nos porque é importante essa alteração? Em que é que o país beneficiaria? Em que pressuposto ideológico assenta? Qual o estudo que a sustenta?

Felizmente que há deputados como Paulo Rangel, com sensibilidade e lucidez suficientes para fazer ao CDS-PP a pergunta fundamental.

Maus gestores públicos obrigados a indemnizar o Estado

Em entrevista ao Jornal de Negócios Oliveira Martins revela que os cargos públicos de gestão que não respeitem os critérios de eficiência e eficácia passarão a ser sancionados pelo Tribunal de Contas.
Só duas observações em jeito de pergunta-resposta:
1ª) Será que esta medida terá efeitos retroactivos? Se assim for, com tanta asneira que se cometeu anos a fios, vai haver muita gente a arder.
2ª) A ganhar o que ganham na privada e correndo o risco de falhar no Estado, qual o gestor que se atreve a meter na boca do lobo? É que o Estado, queiramos ou não, não é uma empresa privada, tem regras específicas às quais está obrigado, é uma máquina pesada, tem responsabilidades de outra natureza...

quarta-feira, junho 07, 2006

Onde está a Feira do Livro?

A Feira do Livro já abriu? Sim...?
Pouco se tem dado por isso.
A publicidade não se vê, pelo menos não se percebe; os media trocaram os directos da Feira pelos director de Marienfeld; as atenções na cidade voltam-se mais para as "vacas" que invadiram ruas e praças, substituindo aquelas lombadas gigantes que não permitiam esquecer o livro.
Mas as Feiras estão aí: em Lisboa e no Porto.

terça-feira, junho 06, 2006

Sinais

Esgotado o prazo dado por Mahmoud Abbas ao Hamas e à Jihad Islâmica para aceitarem o chamado Plano dos Prisioneiros, que propõe, entre outras coisas, o fim dos atentados em território israelita e o reconhecimento do Estado judeu, e a promessa do Presidente de avançar para um referendo nacional sobre a matéria caso esse acordo não fosse alcançado, será que a Palestina está à beira de uma Guerra Cívil?

O Presidente sombra


Mais uma para rir.

Embalados pelo 2º lugar nas eleições presidenciais, Manuel Alegre e os seus próximos parecem levar a sério o peso do resultado. Pelos vistos, ser o primeiro dos derrotados é um posto de grande responsabilidade. Só assim se compreende que, à semelhança da iniciativa presidencial, o Movimento Intervenção e Cidadania tenha promovido uma iniciativa dedicada à velhice Envelhecer: da invisibilidade à exclusão. Pela primeira vez na história, temos uma Presidência sombra.
Do que ficou, sublinho duas ideias: 1ª) Lançar um Parlamento sénior, à semelhança do Parlamento das crianças; 2ª ) Apresentar uma iniciativa parlamentar para aumentar de cinco para duas semanas a licença de paternidade.

Palavras para quê? Já não bastava a estória do dia do cão do PSD do Marques Mendes, agora esta. Estão a gozar connosco, estão? Estes gajos, pá...

segunda-feira, junho 05, 2006

Eles aí estão.


No dia Mundial do Ambiente, parece que os fogos estão aí. Depois de nos últimos anos terem sido donos e senhores de vales e serras, varrendo e ceifando na sua passagem casas e vidas, seria um sinal muito positivo para o país se as medidas tomadas pelo governo para combater os incêndios resultassem. Seria importante porque significaria que se conseguiu travar o ciclo de desvastação dos últimos verões e para o país voltar a acreditar nos governos que temos.

Lembra muito Billie Holliday



Para matar o calor que está aí à porta, nada melhor que beber Corinne Bailey Rae muitas vezes neste verão.

My song is about the healing power of music, how you can sing things or hear things and let the music wash you, it´s very cleansing. That is the sound of soul music.

A ouvir Put Your Records On / Like a Star

sexta-feira, junho 02, 2006

A tentação da razão

O João Miguel Tavares escreve hoje no DN um artigo entitulado Dan Brown VS Bento XVI mas que podia bem ser Razão VS Fé. O espantoso neste artigo é que reproduz aquilo que é conhecido como Racionalismo Construtivista. Descartes, ao defender que a dúvida metódica, aonde chegamos pela experiência do erro, é um instrumento necessário para se chegar ao conhecimento claro e distinto, e que tudo o que suscitar a menor dúvida deve se refutado, iniciou uma corrente de pensamento que só aceita como verdadeiro o que resistir à dúvida e se mostrar firme e de acordo com o princípio da indubitabilidade, isto é, tudo quanto estiver conforme ao conhecimento claro e distintamente deduzido e intuído.

Quais as implicações deste princípio? O que catalisa todas as soluções racionais-construtivistas é a crença comum num homem capaz de alterar as instituições da sociedade e da civilização à vontade, para satisfazer os seus desejos e caprichos, na medida em que foi quem as criou. A razão possui assim total poder para arquitectar as boas instituições, pois só o que resulta de deduções a partir de premissas explícitas, claras e distintas será válido e verdadeiro.

É isto que parece confortar João Miguel Tavares e permitiu a muitos antes dele rejeitarem como falsos os costumes, as práticas, tradições e tudo quanto, ainda que seja fonte e fundamento da validade das regras tradicionais da moral e do direito não se pode justificar pela razão.

O perigo deste poder da razão reside no facto de ser tão atractivo que cega, na medida em que não predispõe ao debate e ao confronto de argumentos, impede o reconhecimento do valor da experiência, obstruí o emergir de uma consciência crítica sobre os limites da razão.

Saberá o João Miguel Tavares que foi a partir das ideias do século XVIII, do poder da ciência, de nação e de revolução, a que o século XIX juntou a crença na vontade pura do homem, capaz de determinar a seu futuro, que se inventaram as ideologias que o século XX viu realizadas?

Ao escrever o que escreveu da forma como escreveu, João Miguel Tavares não percebeu rigorosamente nada do sentido e significado da passagem de Bento XVI por Auschwitz.

Declaração de apoio


Senhora Ministra, estamos do seu lado. E que tal o Ministério da Educação acabar com essa vergonha que é o Concurso Nacional de Colocação de Professores?